Guillherme Ochika
Sérgio Butka, presidente do SMC, na abertura do seminário
A Associação Banestado, em Praia de Leste, foi palco de mais um evento promovido pelo SMC (Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba/PR) voltado à saúde e segurança do trabalhador. No último sábado, dia 25 de julho, a entidade realizou o Seminário de Planejamento Estratégico sobre Saúde e Segurança do Trabalhador Metalúrgico – 2009-2010. Cerca de 140 cipeiros e dirigentes sindicais das indústrias de peças, máquinas e metalurgia participaram.
O presidente do Sindicato, Sérgio Butka, abriu o seminário destacando os objetivos da iniciativa. “Nossa meta é planejar o trabalho das cipas, para que ela funcione de fato. Os cursos que as empresas dão às vezes não são suficientes. Precisamos levantar os problemas de segurança e cobrar soluções das empresas. Mas, principalmente, agir e fazer um planejamento estratégico para um ano de trabalho”, afirmou o presidente.
Na sequência, o diretor do departamento de saúde do SMC, Nuncio Mannala, falou aos participantes sobre os problemas enfrentados nas empresas. “Hoje em dia, os trabalhadores estão tendo que ficar mais tempo dentro das fábricas. O processo produtivo, por sua vez, está cada vez mais acelerado, trazendo conseqüências graves para a saúde. Muitas empresas, mais interessadas no lucro que no bem estar do ser humano, exigem que o trabalhador continue fazendo a produção, e se ele não conseguir cumprir o que é determinado, é simplesmente trocado como uma mercadoria qualquer. Nesse evento, deu para perceber claramente que os cipeiros estão sensibilizados com essa situação e dispostos a agir para que a saúde e o bem estar dos trabalhadores seja preservada”, disse.
O médico do trabalho, Dr. Zuher Handar, confirmou as palavras do diretor de saúde do SMC em sua palestra, que ocorreu logo em seguida. “Os novos modelos de gerenciamento e gestão adotados pelas empresas estão fazendo com que a saúde e segurança do trabalhador seja deixada de lado. Essa exigência a mais, o aumento de carga horária e o excesso de hora extra estão levando aos trabalhadores ao stress, ao desgaste físico e mental, às lesões por esforços repetitivos (LER), entre outros problemas. Essa é uma situação que precisa ser combatida com urgência e iniciativas como esta que o Sindicato está tomando são de fundamental importância”, disse.
Zuher falou também sobre a Influenza A (H1N1), mais conhecida como gripe suína. Ele apresentou dados estatísticos sobre a proliferação do vírus em todo o mundo, explicou as formas de contágio e também orientou os participantes sobre como se prevenir da doença. Os diretores do Sindicato, Osvaldo Silveira, Jamil Davila e Olário Krieger falaram na seqüência sobre o trabalho desenvolvido após o seminário de planejamento voltado às montadoras, que ocorreu no mês de junho.
Propostas de ação
Guillherme Ochika
Grupo de trabalho
Logo após a palestra do Dr. Zuher, os cipeiros e dirigentes sindicais foram divididos em seis grupos de trabalho. Eles discutiram os principais problemas em relação à saúde e segurança do trabalhador nas empresas, e também sugeriram propostas de ação para combater esses problemas.
Confira abaixo algumas das propostas apresentadas pelos cipeiros:
-Reprimir a pressão psicológica e o assédio moral sofrido pelos trabalhadores;
-Fazer com que os cipeiros participem da elaboração do mapa de risco das fábricas;
-Ter cópias de todas as atas das reuniões da Cipa;
-Confecção de boletins informativos divulgando as ações da Cipa;
-Implantação de rodízio para trabalhos repetitivos, para evitar problemas como LER, Dort, stress, etc;
-Implantação de um programa de incentivo à ginástica laboral;
-Cobrar do SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina no Trabalho) das empresas a abertura da CAT (Comunicação de Acidentes de Trabalho) em todos os acidentes de trabalho;
-Divulgar internamente as datas das reuniões da Cipa;
-Isolar da produção o trânsito das empilhadeiras;
-Implantação imediata da Cipa nas empresas que ainda não têm Cipa;
-Participação dos dirigentes sindicais internos nas reuniões da Cipa;
-Promover eleições de Cipa mais transparentes e democráticas, sem privilégios a familiares de diretores e proprietários das empresas;
-Conscientizar trabalhadores sobre a importância do uso dos EPI´s (Equipamento de Proteção Individual)
-Não assinar atas que não estejam de acordo com o que foi discutido na reunião da Cipa;
Avaliação
Guillherme Ochika
Cerca de 140 cipeiros e dirigentes sindicais participaram do evento
O médico do trabalho, Dr. Zuher Handar, avaliou positivamente as propostas dos cipeiros. “Foram sugestões importantes de quem vive os problemas do dia-a-dia das fábricas. As propostas de um grupo poderão ser utilizadas pelo outro, e vice-versa. É importante dizer que os cipeiros têm que dialogar com os trabalhadores para verificar os problemas. Esse foi apenas o início de um trabalho que deve render bons frutos no futuro”, concluiu o médico.
O presidente do SMC, Sérgio Butka, elogiou o interesse dos cipeiros no evento. “Foi um seminário extremamente positivo. Mostrou que os cipeiros estão interessados em buscar ações para tentar neutralizar os problemas de segurança dentro da fábrica. Isso faz com que nós, dirigentes sindicais, tenhamos uma responsabilidade maior de tentar fazer com que esses cipeiros se preparem ainda mais para exercer a função de cipeiro na fábrica. Isso é importante para diminuirmos os problemas de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais”, afirma.
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Em breve, vídeo-reportagem da MetalTV
Texto e fotos de Guilherme Ochika – Jornalista
Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC)
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