DCI
A cidade de São Paulo manteve em janeiro o posto de capital com a cesta básica mais cara do Brasil. Segundo o levantamento nacional realizado em 17 capitais pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço médio do conjunto de produtos alimentícios essenciais no município ficou em R$ 285,54, aumento de 2,98% ante dezembro.
A combinação entre a elevação de 2,98%, em janeiro, no preço da cesta em São Paulo e o recuo de 0,81% em Porto Alegre ampliou a distância entre o preço das duas capitais onde os gêneros essenciais são mais caros. Na capital gaúcha, o preço da cesta, em média, ficou em R$ 274,63.
Rio de Janeiro foi a terceira capital pesquisada com preço mais elevado, de R$ 271,71. Na sequência, com preços também acima de R$ 270, ficaram as cestas do Florianópolis (R$ 271,64) e Vitória (R$ 271,16). As cestas mais baratas foram encontradas em Aracaju (R$ 187,88), João Pessoa (R$ 212,18) e Natal (R$ 213,63).
Segundo o Dieese, especificamente em São Paulo, que contou com a cesta mais cara no mês passado, houve elevações fortes nos preços médios do feijão carioquinha (22,78%), da batata (13,86%) e do tomate (11,36%).
Ainda ontem, o Departamento informou que o salário mínimo do trabalhador do País deveria ter sido de R$ 2.398,82 em janeiro para que ele suprisse suas necessidades básicas e da família. A constatação foi feita por meio da utilização da Pesquisa Nacional da Cesta Básica do mês passado, realizada pela instituição em 17 capitais do Brasil.
Com base no maior valor apurado para a cesta no período, de R$ 285,54, em São Paulo, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ter sido 3,86 vezes maior do que o piso vigente no Brasil, de R$ 622.
O valor é maior do que o apurado para dezembro, quando o mínimo necessário foi estimado em R$ 2.329,35, ou 4,27 vezes o piso então vigente, que era de R$ 545. Em janeiro de 2011, o Dieese calculava o valor necessário em R$ 2.194,76, a partir do mínimo então em vigor, de R$ 540.
Com o aumento de 14,13% no valor do salário mínimo a partir de janeiro, o tempo médio de trabalho necessário para que o brasileiro que ganha salário mínimo pudesse adquirir, no primeiro mês deste ano, o conjunto de bens essenciais diminuiu em 10 horas na comparação com o mês anterior. Em janeiro, foram necessárias 87 horas e 6 minutos, enquanto em dezembro, o tempo médio era de 97 horas e 22 minutos. No mesmo mês de 2011, quando o salário mínimo correspondia a R$ 540, a aquisição da cesta comprometia, em média, 95 horas e 3 minutos de trabalho.
AE