REPORTAGEM LOCAL
As centrais sindicais profissionalizaram seus setores de sindicalização para aumentar o número de associados e estão “ainda mais combativas”, nas palavras dos dirigentes sindicais. Esses dois motivos, segundo dizem, faz com que os trabalhadores busquem proteção das centrais na relação com os empregadores.
A Força Sindical, por exemplo, contratou 15 profissionais neste ano, com salários na faixa de R$ 3.000, que trabalham nas sedes regionais da central em cada Estado e visitam regularmente sindicatos independentes (sem filiação) que podem decidir se filiar à entidade.
“Montamos uma equipe para assessorar as direções regionais tanto nas negociações salariais como na sindicalização. Os dirigentes sindicais também estão sendo qualificados para atender melhor os trabalhadores”, diz Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical.
Na avaliação de Artur Henrique, presidente da CUT, o aumento do número de sindicalizados no Brasil é reflexo das ações sindicais a favor de trabalhadores. “No ano passado, por exemplo, 92% das categorias profissionais tiveram reajustes acima da inflação.”
Quando há crescimento econômico, diz o presidente da CUT, as campanhas salariais resultam em mais ganhos, o que reflete de forma positiva na sindicalização. “Isso é muito positivo e demonstra que o trabalho realizado pelos sindicatos em 2006, 2007 e 2008 motivou os trabalhadores.”
Na crise econômica, segundo avalia, a taxa de sindicalização tende a diminuir. “Com as demissões, os trabalhadores deixam de ser sócios de sindicatos. Espero e acredito que isso não aconteça neste ano, até porque o setor automobilístico e o da construção civil já estão voltando a contratar”, diz.
O presidente da CUT afirma que tem 3.438 sindicatos filiados (mais do que informa o MTE). “O que acontece é que muitos sindicados filiados ainda estão fazendo o registro no Ministério do Trabalho, pois antes eles não eram obrigados a ter esse registro. Os que estão nessa fase são principalmente os sindicados de trabalhadores dos setores públicos federal, estadual e municipal.”
Isso significa que a representatividade da CUT, segundo Henrique, é muito maior do que a informada pelo MTE.