Marcelo Rehder – O Estado de S.Paulo
As centrais sindicais vão insistir na campanha pela adoção de mecanismos que substituam o chamado fator previdenciário, que reduz o valor dos benefícios de quem se aposenta por tempo de contribuição, antes de completar a idade mínima.
Com o veto do presidente Lula ao fim do fator previdenciário, os sindicalistas já articulam uma reunião com o governo. Eles pretendem sugerir a criação de uma comissão especial, formada por representantes do governo, das centrais e aposentados e do empresariado, para discutir alternativas ao atual fator.
“A gente tem de trabalhar para aparar melhorar aquele projeto 85/95 e ter uma proposta única das centrais para que o governo possa apresentar ao Congresso na forma de medida provisória”, disse o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
Proposta pelo governo, a regra 85/95 dá direito à aposentadoria integral quando a soma do tempo de contribuição e a idade do segurado for de 85 anos para as mulheres e de 95 para os homens. Com apoio de parte das centrais, a proposta virou um projeto de lei, que foi atropelado pela decisão dos parlamentares, ao aprovarem o fim do fator previdenciário.
O governo não aceita o puro e simples fim do fator previdenciário, mas concorda que sejam criadas melhoras das condições de remuneração para os futuros pensionistas e aposentados da Previdência Social.
“O governo topa fazer uma MP, desde que haja acordo entre as centrais”, disse Paulinho. Para ele, uma regra de 80/90 poderia ser uma alternativa de consenso entre as centrais.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, disse, por meio de nota, que a entidade vai continuar na luta pela extinção do fator previdenciário, que chamou de “perverso mecanismo”.