Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

Centrais sindicais protestam contra provável alta da Selic


20/04/2011 16:56

As centrais sindicais promoveram um protesto hoje, em frente ao prédio do Banco Central em São Paulo, contra a provável alta da Selic, que será divulgada hoje pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Analistas acreditam que a autoridade monetária deverá elevar a taxa em 0,25 ponto, para 12% ao ano.

Sindicalistas da Força Sindical, UGT, CTB, CGBT e NCST expressaram descontentamento com a política econômica do governo Dilma Rousseff. Acusaram a taxa de juros alta de abrir espaço à especulação e diminuir investimento e crédito.

Para chamar atenção para o protesto, os sindicalistas assaram cerca de 50 quilos de sardinha em plena calçada da avenida Paulista.

“Juros altos prejudicam investimento e reduzem consumo, o que pode gerar desemprego”, declarou o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, sob o grito dos manifestantes: “Não é mole não, juros altos provocam demissão”.

Questionado sobre o combate à inflação, Paulinho disse que a equipe econômica tem outros meios de controlar a alta dos preços. “A política econômica deu certo quando, depois da crise, nos reunimos com o Lula e ele baixou a taxa de juros. Deu tão certo que 2,5 milhões de empregos foram gerados”, atestou Paulinho.

O presidente da CGTB, Antonio Neto, justificou o temor com a política atual: “Juros altos fizeram com que Brasil colocasse R$ 230 bilhões nas mãos de banqueiros. Foi uma sangria de 6% do PIB tirada do crédito e dada a poucos”, declarou o sindicalista. “Brigamos por produção. Hoje, quem tem dinheiro, coloca no banco e ganha dinheiro sem fazer nada”, acrescentou.

Antonio Neto disse que os estudos feitos na CGTB apontam que, para os trabalhadores, a taxa de juros ideal seria a composição da inflação mais 2%. Paulinho reivindica que o Copom baixe os juros hoje e que a taxa continue caindo até os 8%.