Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

Centrais sindicais devem lutar por reajuste do mínimo no Congresso

(Fernando Taquari e Vanessa Dezem | Valor)

SÃO PAULO – As centrais sindicais já sinalizam que a disputa pelo salário mínimo deve ir para o Congresso Nacional. Nesta manhã, sindicalistas e ministros não chegaram a um acordo sobre as reivindicações que envolvem o resjuste do salário mínimo, o aumento para os aposentados acima do piso salarial e a correção da tabela do Imposto de Renda (IR).

“Estamos dispostos a continuar negociando. Se não houver proposta do governo, nosso embate será no Congresso Nacional. Propusemos R$ 580 e o governo nem tocou nesta valor”, afirmou o presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadore (NCST), José Calixto Ramos.

O poder executivo permanece irredutível em relação ao mínimo e não aceita valores acima de R$ 545. “Não há razão para que um incidente que aconteceu há um ano altere o acordo (2007)”, afirmou o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, falando sobre o ano de 2009, no qual a crise fez com que não houvesse crescimento econômico no país.

Deste modo, pela regra, em 2011, os trabalhadores só teriam a reposição da inflação. Por isso, os sindicatos pedem exceção ao cálculo.

Em coletiva, os sindicalistas mostraram insatisfação pelo tratamento do governo Dilma. “Tem uma queda de braço neste novo governo. O Lula sempre ficava a favor dos trabalhadores”, afirmou o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, (Paulinho). “Para fazer política de arroxo, terá (o governo) que derrotar os sindicatos”, completou Paulinho. Já o presidente da CGTB, Antônio Neto, disse que, ao não concordar com o reajuste, o governo segue a agenda dos “derrotados” nas urnas de 2010.

Participaram da coletiva apenas os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República) e Guido Mantega (Fazenda). O ministro do Trabalho, Carlos Lupi não esteve presente, saindo logo após a reunião, alegando compromissos externos.

Quando questionada a ausência de Lupi, Carvalho negou que houvesse um mal-estar pelo fato de o governo e as centrais sindicais não terem chegado a um acordo. Lupi é filiado ao PDT e é próximo aos sindicalistas.