Em reunião com representantes das principais centrais sindicais do País, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, solicitou ontem um novo estudo sobre os setores da economia que estão em dificuldades. A intenção é avaliar a possibilidade de ampliação das parcelas do seguro desemprego para mais trabalhadores, além do aumento do número de parcelas extras.
Em março, o ministério anunciou o pagamento de mais duas parcelas do seguro para 103,7 mil trabalhadores que foram demitidos em dezembro do ano passado. O benefício, no entanto, foi concedido apenas aos profissionais dos setores mais atingidos pela crise econômica, como o metalúrgico e o têxtil.
Um dos participantes da reunião, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), pediu que novos setores tenham direito ao benefício. Entre eles, estão o de frigoríficos no Mato Grosso do Sul, o de metalurgia no Paraná e o de minerais no Pará. Segundo as centrais, os trabalhadores dessas áreas também foram afetados pela crise.
Pela legislação atual, o seguro-desemprego é pago em três, quatro ou cinco parcelas, dependendo do tempo de trabalho registrado em carteira. As duas parcelas extras passaram a valer para alguns setores no fim de março.
O grupo que esteve com o ministro também pediu a ampliação do número de parcelas para 12. O argumento é que, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), as pessoas demoram, em média, nove meses para conseguir uma nova colocação no mercado de trabalho.