As centrais Força Sindical, UGT, Nova Central e CTB reuniram-se em 17 de dezembro, na sede da CTB, em São Paulo, para discutir a retomada da Agenda da Classe Trabalhadora, aprovada na Conclat (Conferência da Classe Trabalhadora) de 2010, com a inclusão de novas reivindicações. A CUT, que não enviou representante, está integrada ao movimento.
O encontro reuniu os presidentes da Força (Paulo Pereira da Silva, o Paulinho), da CTB (Wagner Gomes), da Nova Central (José Calixto Ramos) e da UGT (Ricardo Patah), entre outros dirigentes, como Miguel Torres, presidente da CNTM e vice-presidente da Força Sindical. Os dirigentes reafirmaram o amplo alcance das propostas da Conclat e debateram uma agenda de ações sindicais unificadas.
A ideia é marcar 2013 com grandes atos públicos. O primeiro deles deve ocorrer em Brasília, em março, para cobrar o fim do Fator Previdenciário, mecanismo que só serviu para diminuir as aposentadorias. Vale lembrar que as centrais sindicais tentam uma reunião com a presidenta Dilma Rousseff para discutir o assunto.
As entidades sindicais divulgarão um manifesto unitário, explicando as reivindicações e as propostas de mudanças na política econômica e indicando as bandeiras de luta para o próximo 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador.
Para Paulinho, o movimento sindical deve manter a unidade de ação para que as conquistas sejam mantidas e ampliadas. “Nossa intenção é realizar uma intensa mobilização pela pauta trabalhista”.
“O movimento sindical foi fundamental ao apontar caminhos para o governo manter o Brasil firme contra a crise. Esta nova agenda unitária é mais uma contribuição da classe trabalhadora para o País manter-se no rumo do desenvolvimento, com produção, geração de emprego e direitos trabalhistas e sociais ampliados”, comenta Miguel Torres.
Por Val Gomes, Redação CNTM, com informações da Assessoria de Imprensa da Força Sindical e Agência Sindical.
Foto: Fábio Mendes
Nota das centrais sindicais
Centrais prometem um ano de ampla mobilização em 2013
Reunido em São Paulo nesta segunda-feira, 17, o Fórum das Centrais Sindicais (CUT, Força Sindical, CTB, UGT e Nova Central), após analisar a conjuntura, aprovou a seguinte resolução (ou nota):
1- Trabalhar no sentido de viabilizar em 2013 uma ampla mobilização nacional em torno da agenda da classe trabalhadora por um novo projeto nacional de desenvolvimento orientado por três valores fundamentais: valorização do trabalho, soberania e democracia;
2- Realizar no dia 6 de março uma grande manifestação em Brasília com o objetivo de defender as bandeiras imediatas e históricas do sindicalismo contempladas no projeto nacional das centrais, destacando o fim do fator previdenciário, a reforma agrária (CONTEMPLAR CONTAG) e a redução da jornada de trabalho sem redução de salários;
3- Lutar contra o sucateamento do Ministério do Trabalho e pela revalorização do órgão;
4- Reiterar a crítica à política econômica, apesar de reconhecer os avanços em relação às taxas de juros e spread bancário, tendo em vista a manutenção de uma política fiscal conservadora, ancorada num superávit primário que deprime a taxa de investimentos e impede o atendimento das demandas sociais, no câmbio ainda flutuante e na excessiva liberalidade em relação ao capital estrangeiro, que estimula a desnacionalização da economia e o aumento das remessas de lucros ao exterior;
5- Criticar a falta de disposição do governo e da presidenta Dilma para a negociar a agenda desenvolvimentista da classe trabalhadora, o que ocorre em notório contraste com o tratamento VIP dispensado aos representantes do capital;
6- Cerrar fileiras pela manutenção e ampliação dos direitos e conquistas sociais e combater a retomada de uma agenda regressiva, postulada pelo patronato, que propõe a supressão de direitos trabalhistas a pretexto de reduzir o chamado Custo Brasil;
7- Conclamar todas as categorias a preparar campanhas salariais unificadas, com a participação de todas as entidades representativas dos trabalhadores, e ao conjunto dos movimentos sociais, sociedade civil e forças democráticas e progressistas a participar solidariamente no esforço de mobilização nacional em torno da agenda pelo desenvolvimento com valorização do trabalho, soberania e democracia.
Wagner Gomes, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil)
Vagner Freitas, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical
José Calixto Ramos, presidente da NCST (Nova Central)
Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)