Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Centrais, governo e patrões debatem qualificação

Assessoria de imprensa da Força Sindical RS

Comissão Tripartite e Paritária de Emprego no Estado (CTPE/RS) faz reunião extraordinária

A aprovação das verbas provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), na contrapartida do governo do estado – o Planseg – cuja aprovação passa pela comissão dos municípios em que será feita a qualificação de 01/07/2011 a 31/06/2012. Junto à escolha de 38 municípios existe o cuidado de evitar a sobreposição de recursos em uma mesma localidade, considerando que há as verbas que vem de programas como o Pró-Jovem e do Sistema S, visando uma distribuição mais justa das verbas públicas, conforme esclareceu Marice Franquetti Guidugli, presidente da Comissão Tripartite e Paritária de Emprego do Estado do Rio Grande do Sul (CTPE/RS), anunciando um realinhamento das posições e readequação do aporte financeiro.

Em nome da Força Sindical, o engenheiro Lélio Falcão defendeu que os cursos de qualificação estejam atentos ao desenvolvimento de novas atividades, entre elas os polos naval e energético (eólica, carvão, biomassa), turismo (Copa do Mundo de Futebol, em 2014) e outras mudanças regionais. Falcão, que substituiu o conselheiro titular, Cláudio Corrêa, falou que é preciso observar a questão “com o olhar para o futuro”.

Valter Souza, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre e da Nova Central Sindical de Trabalhadores do RS, considerou importante a definição de municípios, o planejamento e a atuação da FGTAS, incluindo os serviços das agências do Sistema Nacional de Emprego (SINE), com destaque para a mobilidade, a partir da integração de veículos que atenderão às localidades em que não há uma agência do sistema. O sindicalista pediu a devida atenção aos municípios que precisam de reforço na qualificação profissional em virtude da demanda do mercado de trabalho, casos das regiões mais populosas, como a Grande Porto Alegre. O presidente da NCST/RS apontou como exemplo as obras do estádio Gigante da Beira Rio, do S.C. Internacional, que ocupará mais de 1.500 trabalhadores, e na qual não se quer a presença de operários de outros estados, como acontece na construção do Grêmio Arena.

Joni Alberto Matte, representante do sistema Fiergs, considera notória a carência de jovens qualificados para trabalhar. Segundo disse, “há muito empregos no mercado de trabalho, especialmente no setor da indústria, porém sem qualidade na mão de obra”, lamentou. Para ele, o jovem deveria receber a qualificação já no ensino de grau médio, afirmando que “só o conhecimento liberta o homem, pois, com a profissão as perspectivas são melhores para ele”, argumentou. O líder empresarial citou as regionais da Conferência Estadual do Trabalho Decente que tem participado, concordando que a decência deve estar ao redor do trabalho, na prestação de serviços de saúde, educação e segurança. “O exemplo deve vir de cima”, declarou ao se referir ao papel do estado na solução da problemática. “O Brasil não oferece educação de qualidade”, reclamou, cobrando do governo que assuma a parte dele na questão, que é qualificar o trabalhador, insistiu.

Maria Helena de Oliveira, representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na CTPE, acredita que a progressão de recursos para a qualificação deva ser um dos temas centrais a ser abordados na Conferência Estadual do Trabalho Decente, marcada para os dias 27 e 28 de outubro, em Porto Alegre. A conselheira está convicta de que o assunto unifica as bancadas de trabalhadores e empresários, uma vez que ambos se posicionam no mesmo lado. 

Eder Pereira, secretário-geral da CGTB, elogia o trabalho desenvolvido pela CTPE/RS, mas prega a injeção de mais verbas para a qualificação, que – além do FAT – devam vir do que o país economizará com a redução da taxa de juros, ainda uma das maiores do mundo, conforme o cegetebista.

Planseq – O Plano Setorial de Qualificação tem como objetivo preparar a mão-de-obra local a fim de ser absorvida pelo mercado, beneficiando tanto a população como a economia local. O programa é voltado para a população de baixa renda, com maior vulnerabilidade social, buscando atender trabalhadores jovens e adultos, empregados e desempregados, que não tiveram oportunidades de acesso à educação profissional e que possuam baixa escolaridade. Para participar dos cursos de formação do Planseq é necessário ter concluído o ensino fundamental, ter no mínimo 18 anos completos, estar desempregado e residir na região onde há a demanda por mão-de-obra.