Agência DIAP
Com ataques dirigidos à elevadíssima taxa básica de juros (Selic) adotada no Brasil, foi lançado nesta segunda-feira um Manifesto contra a Crise, assinado por “centrais, federações e sindicatos de trabalhadores e as federações de sindicatos empresariais”.
As entidades cobram a redução da Selic dos atuais 12,75% para “um patamar de 8% ao ano”, além de um intervalo menor entre as definições das taxas “enquanto perdurar a crise”.
As entidades pedem ainda que haja redução nos spreads bancários, sobretudo de bancos estatais, e que seja ampliado os integrantes do Conselho Monetário Nacional (CMN), de três para sete membros, com a participação de outras áreas do governo, de acadêmicos e de representantes dos setores produtivos.
O texto contém a assinatura de todas as centrais sindicais legalizadas no Brasil, com exceção da CUT, que mais uma vez procura um caminho alternativo e isolado. Em contrapartida, os presidentes das federações paulistas da Agricultura, do Comércio e das Indústrias aderiram à carta. (Com agências)
Veja abaixo a íntegra do texto.
“Manifesto contra a crise
Na Seqüência dos entendimentos que as centrais, federações e sindicatos de trabalhadores e as federações de sindicatos empresariais, têm promovido desde o ano passado no sentido de analisar a crise Internacional e os seus efeitos negativos no Brasil – sempre objetivando oferecer sugestões capazes de manter o nível de emprego no País – as entidades que assinam este documento estabelecem um histórico entendimento com foco em quatro pontos principais:
– Que seja acelerada a queda na taxa básica de juros (Selic), alcançando, o quanto antes, um patamar de 8% ao ano, (aproximadamente 3% de juros reais);
– Que as reuniões do Copom, do Banco Central (BC), destinadas a debater e determinar a Selic, sejam a cada 15 dias – enquanto perdurar a crise;
– Que sejam reduzidos drasticamente os spreads bancários, em especial os dos bancos estatais que, hoje, estão entre os mais altos praticados no País; e
– Que seja ampliado o número de integrantes do Conselho Monetário Nacional (CMN), de três para sete membros, abrindo o órgão à participação de outras áreas do Governo, da área acadêmica e das forças produtivas.
A sociedade brasileira espera do Governo medidas práticas e imediatas para combater a crise, evitando a ampliação de suas conseqüências sobre o nosso país. Precisamos impedir o desemprego e defender o futuro do Brasil.
São Paulo, Capital, 26 de janeiro de 2009.
Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB)
Antonio Fernandes dos Santos Neto – Presidente
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
Wagner Gomes – Presidente
Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp)
Fabio Meirelles – Presidente
Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio)
Abram Szajman – Presidente
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)
Paulo Skaf – Presidente
Força Sindical
Paulo Pereira da Silva (Paulinho) – Presidente
Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST)
José Calixto – Presidente
União Geral dos Trabalhadores (UGT)
Ricardo Patah – Presidente”