DCI
MAURÍCIO GODOI
São Paulo – A obrigatoriedade de conteúdo nacional nos veículos que são montados no Brasil deverá ficar em 20%, em média, não em 65%, conforme determina a portaria do governo que aumentou o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) em 30 pontos percentuais na semana passada.
Essa restrição de conteúdo nacional se dá porque a métrica adotada para determinar está no preço final do produto às concessionárias, não sobre seu custo de produção, conforme sugeriu o sindicato das empresas de autopeças no Brasil, o Sindipeças.
Mesmo assim, o presidente da entidade, Paulo Butori, vê as novas regras com otimismo, pois antes não existia obrigatoriedade alguma para as montadoras instaladas no Brasil.
O presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, falou pela primeira vez sobre as medidas e afirmou que esta é uma resposta à perda de competitividade pela qual o setor passa há anos. De acordo com a entidade, as importações aumentaram 865% desde 2006, e nesse mesmo período 60% da perda de saldo comercial foram debitados da conta do setor automotivo.
Apesar do discurso em defesa da indústria nacional, uma fonte do setor disse que na realidade a meta do setor é frear o avanço dos chineses no Brasil – Chery e JAC Motors-, que já respondem por 9,6% das importações.
Belini, também presidente da Fiat, afirma que mesmo com o aumento dos preços do produto chinês, que servia de referência para os nacionais, as montadoras no Brasil não devem reajustar os preços, pois há muita concorrência no mercado interno.
No setor de caminhões, a perspectiva é de crescimento até o final do ano com a entrada da norma Euro 5 até mesmo para os implementos rodoviários da Noma.