“Importantes categorias têm campanhas salariais neste segundo semestre, quando em novembro irá entrar em vigor a nefasta lei trabalhista aprovada pelo governo e aliados no Congresso Nacional.
Para evitar o pior, ou seja, a perda de conquistas históricas do movimento sindical, ao longo dos anos, para os trabalhadores, resolvemos unificar as lutas de resistência contra a aplicação da reforma trabalhista nos Acordos e Convenções Coletivas.
Os metalúrgicos da CNTM/Força Sindical no estado de SP incluíram, na pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2017, cláusulas que reforçam a defesa dos direitos dos trabalhadores contra a reforma trabalhista. É fundamental que todas as demais categorias sigam este exemplo.
Vamos apoiar os companheiros em campanha salarial, onde houver ataques aos direitos, não importando de qual central sindical o Sindicato faz parte. É uma atitude de maturidade sindical, de grandeza!
A luta faz a lei!
Se os empresários têm o poder econômico para alterar a legislação trabalhista, garantindo mais lucro com exploração e precarização das relações de trabalho, os trabalhadores têm na luta com os sindicatos o espaço para defender seus interesses e direitos, resistindo e conquistando avanços e mais benefícios.
É bom reforçar, para que a ficha caia desde já, que a nova lei trabalhista não foi negociada democraticamente com o movimento sindical. Ela foi imposta para enfraquecer o poder de negociação dos sindicatos e deixar o trabalhador sozinho pra “negociar” com os patrões. Exemplos:
As homologações deixarão de receber a assistência dos sindicatos e do Ministério do Trabalho e passarão a ser feitas pelos empresários.
Vejo que teremos problemas com a possibilidade de o patrão negociar diretamente o banco de horas com o empregado, que poderá ser individual.
Outro fator preocupante é a criação da representação da categoria no local de trabalho, com indicação da empresa, para causar o isolamento do sindicato e enfraquecer as reivindicações coletivas.
A nova legislação vai acabar com a obrigação de ter cargos e salários iguais para as funções e extinguirá o modelo sindical que temos hoje no País. Mesmo com questões importantes para serem resolvidas, o modelo sindical brasileiro é atuante e uma referência para o mundo todo.
E os patrões, com o respaldo da deforma trabalhista, poderão exigir que as mulheres gestantes e lactantes trabalhem em locais insalubres.
Enfim, perante tantas alterações negativas, nossa proposta é intensificar a mobilização, debater com os trabalhadores e fortalecer as ações unificadas contra o fim dos direitos, em defesa das conquistas das Convenções Coletivas.
Parabéns aos companheiros que estão em campanha salarial e resistindo aos ataques aos direitos. Estamos juntos na luta!
Além disto, estamos atuando em outras frentes contra o desmonte da Previdência Pública, pela retomada do desenvolvimento, com geração de empregos de qualidade, em defesa da indústria e da soberania nacional, em apoio aos trabalhadores do setor público e contra a privatização da Eletrobrás e de outras empresas estratégicas para o crescimento do País.
A luta não para!”.
Miguel Torres
presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo/Mogi das Cruzes e vice-presidente da Força Sindical.
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