A siderúrgicas instaladas no Brasil estão relativamente protegidas de uma eventual queda nos preços internacionais dos derivados de aço. Entre os principais fatores que explicam esta expectativa está o forte aquecimento do mercado interno e a desvalorização do câmbio. Assim como aconteceu em 2007, a economia doméstica está novamente superando as expectativas e deve se expandir mais de 5%. Setores como o da construção civil, o automobilístico, de bens de capital e de bens duráveis em geral têm crescido a taxas bastante robustas.
Importantes consumidores de aço, estes segmentos têm sustentado a demanda interna, o que pode ser percebido pelo fato de que as siderúrgicas têm reduzido cada vez mais as vendas ao exterior, visando garantir justamente o abastecimento do mercado brasileiro. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), as vendas destes bens de 2007, tendo somado 15,6 milhões de toneladas.
Concomitantemente, a desvalorização do real ante o dólar, ocorrida ao longo de setembro, torna o produto nacional mais competitivo no exterior. De acordo com as projeções da Tendências, até o final de 2009, a moeda nacional deverá flutuar em patamares superiores aos cerca de R$ 1,60/US$ verificados de junho a agosto. O câmbio mais depreciado deve, de certa forma, compensar a queda nos preços internacionais, reduzindo as pressões baixistas para os valores domésticos.
Desta forma, os preços dos produtos siderúrgicos que aumentaram 33,5% até agosto, de acordo com os dados do IPA-DI, da FGV devem se manter em patamares elevados até o final deste ano. Ante a expectativa de leve alta marginal nos próximos meses, projetamos uma inflação acumulada de 34,2% para estes bens até dezembro. Para 2009, nossa expectativa, que antes era de alta de 9,5%, foi revisada para baixo. Esperamos agora estabilidade nas cotações dos siderúrgicos (inflação zero) por conta da queda nos preços externos.
Fonte: Agência Estado