Agência Sindical
O movimento Brasil Metalúrgico volta a se reunir nesta sexta (20), a fim de debater uma agenda unificada de lutas da categoria em todo o País. O encontro ocorre no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, no bairro da Liberdade, região central da capital paulista, a partir das 9 horas.
Nos últimos anos, a crise na indústria deixou fábricas ociosas, com muitas empresas encerrando suas atividades. Desde 2013, a categoria perdeu mais de 550 mil postos de trabalho. As perdas salariais também são expressivas. O objetivo dos dirigentes é construir propostas voltadas à retomada do desenvolvimento, com valorização do trabalho e o resgate do papel do setor na geração de emprego e renda.
A Agência Sindical ouviu Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e da Confederação da categoria (CNTM). Idealizador do movimento, ele destaca que o momento exige união de forças “em torno de pontos que nos unifiquem”.
“Vamos insistir na resistência à nova lei trabalhista de Temer e intensificar a participação nas campanhas salariais. Queremos também somar forças com outras categorias, a fim de evitar que as maldades da lei atinjam as Convenções Coletivas”, afirma.
Desmonte – Para Luiz Carlos Prates (Mancha), dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a unidade “é fundamental” no enfrentamento do desmanche da CLT.
“É importante dialogarmos sempre. A nova lei trabalhista está em vigor e a Medida Provisória, que deveria amenizar um pouco seus efeitos, caducou. Então, é preciso traçar um plano de ação para as campanhas salariais deste ano”, aponta.
O presidente da Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos (FEM-CUT/SP), Luiz Carlos da Silva Dias, reforça a importância da categoria ter uma estratégia bem definida. “Além de vivermos sob novas regras trabalhistas, que são prejudiciais aos trabalhadores, estamos sob um ataque à democracia brasileira. É importante que os metalúrgicos dialoguem e definam estratégias claras para esse novo cenário político e jurídico”, avalia.
FitMetal – “Ou vamos à luta ou ficamos à mercê da recessão e das novas regras trabalhistas, que visam aumentar o lucro e a exploração da força de trabalho”, defende Marcelo Toledo, da Federação Interestadual dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil.
Outros temas – Serão debatidos também o contrato coletivo nacional, que busca eliminar distorções regionais na remuneração, a vigília contra a aprovação da reforma da Previdência e o combate às privatizações da Petrobrás, Eletrobrás, Embraer e Imbel.