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Líderes metalúrgicos de todas as centrais reuniram-se nesta sexta, 20 de abril, para fazer um balanço das campanhas salariais de 2017 e traçar planos para as deste ano, com novas ações de resistência contra a lei da reforma trabalhista e em defesa da soberania nacional.
“Nosso maior embate é o patronato querendo implantar a lei da reforma trabalhista de qualquer maneira. No ano passado, as categorias fizeram as suas convenções coletivas e isso ajudou a barrar a reforma, mas é preciso uma vigilância constante”, afirmou Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e vice-presidente da Força Sindical.
Na reunião, realizada na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, foram distribuídos informativos do movimento Brasil Metalúrgico e das entidades participantes e também foi prestada uma homenagem a Tiradentes, patrono da categoria metalúrgica, com data comemorativa do Dia Nacional dos Metalúrgicos neste feriado de sábado, 21 de abril.
Val Gomes
redação CNTM
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Entidades do Brasil Metalúrgico somarão esforços nas campanhas salariais
Agência Sindical
O movimento Brasil Metalúrgico reuniu sexta (20), em São Paulo, sindicalistas da categoria de diversas regiões do País. O encontro, no Sindicato dos Metalúrgicos da Capital, visa reforçar a resistência aos ataques da nova lei trabalhista. Os dirigentes também decidiram atuar em conjunto nas campanhas salariais, que começam em maio e duram até o final do ano.
Além da atuação unificada, já, para evitar o desmonte de direitos e a fim de buscar ganhos nas campanhas salariais, os dirigentes vão atuar pelo contrato nacional mínimo, que estabeleça um padrão de Pisos e direitos aos metalúrgicos. Miguel Torres, presidente do Sindicato de São Paulo e da Confederação da categoria (CNTM/Força), avalia: “Vamos avançar a unidade na luta, partindo das regiões onde a indústria é mais forte e a organização sindical tem mais densidade”, diz.
Resistência – Marcelo Toledo, dirigente da Fitmetal, chamou atenção para a necessidade de se reforçar a resistência. Ele denunciou práticas antissindicais da GM em São Caetano do Sul, que, segundo o sindicalista, são estimuladas pela lei trabalhista. Ele conta: “Distribuíamos boletim no pátio dos ônibus, antes das catracas de entrada da GM. Mesmo assim, a empresa advertiu os trabalhadores e recebi suspensão de um dia, por pertencer ao Sindicato. Vamos denunciar ao Ministério Público e também à OIT”.
Andrea Ferreira de Souza, secretária da Mulher na FEM-CUT/SP, defendeu mais espaço às demandas femininas. “Queremos ser valorizadas. A mulher sofre ainda mais com a nova lei trabalhista. Alguns pontos específicos, como trabalho insalubre pra gestante e lactante, denunciam o caráter nefasto dessa lei”, destaca.
Para o vice-presidente do Sindicato de Guarulhos e Região, Josinaldo José de Barros (Cabeça), a união da categoria deve ser reforçada. “Quem definirá os rumos da luta serão os trabalhadores do chão de fábrica, as assembleias. Precisamos reforçar a ação na base”, diz.
Dieese – O economista Airton Santos, coordenador de Atendimento Sindical do Dieese, fez um balanço das campanhas em 2017. “Houve só reposição da inflação na maioria das negociações. Isso projeta o quanto as campanhas salariais deste ano serão importantes. Por isso é necessário se preparar campanhas fortes e coordenadas”, avalia.
GT – O Brasil Metalúrgico criou grupo de trabalho para reunir informações sobre cláusulas convergentes nas Convenções Coletivas. A próxima reunião será dia 18 de maio, no Rio Grande do Sul, devido a campanhas salariais que estarão em andamento no Estado.