Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Brasil cria 106 mil vagas e emprego formal tem melhor resultado desde setembro


EDUARDO CUCOLO

da Folha Online, em Brasília

 

A economia brasileira registrou a criação de 106.205 vagas com carteira assinada em abril, o terceiro mês seguido de recuperação após o aumento das demissões registrado devido aos efeitos da crise econômica. Trata-se do melhor resultado desde setembro do ano passado.

 

O número de abril representa a diferença entre 1,350 milhão de contratações e 1,244 milhão de demissões no período.

 

Entre novembro e janeiro, haviam sido fechadas quase 800 mil vagas com carteira assinada. Somente em janeiro, foram fechadas 101 mil vagas. Houve recuperação a partir de fevereiro, quando foram criados 9.179 empregos, enquanto em março foram abertos 34.818 postos.

 

Por conta do saldo de abril, no acumulado do quadrimestre o resultado está positivo em 48.454 vagas. No mesmo período de 2008, houve geração de 849 mil empregos.

 

Nos últimos 12 meses, foram criadas 651.696 vagas. Isso representa uma perda de cerca de 800 mil empregos em relação ao resultado no final de 2008 (1,452 milhão de vagas).

 

Setores

 

Em abril, houve expansão do emprego nos setores de serviços (59.279), agricultura (22.684), construção civil (13.338), comércio (5.647) e administração pública (5.032). Na indústria, o resultado ficou próximo de zero –foram geradas 183 vagas. A indústria extrativa mineral foi o único setor a registrar perda de empregos (-582 postos).

 

Regionalmente, os resultados ficaram positivos no Sudeste (99.065), Centro-Oeste (19.402), Sul (11.708) e Norte (652). O destaque foi o estado de São Paulo, com abertura de 72.022 postos de trabalho. No Nordeste houve uma perda de 24.622 vagas.

 

“São Paulo volta a ser a locomotiva do crescimento”, afirmou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

 

As nove maiores regiões metropolitanas do país criaram 20.008 postos. Somente na Grande São Paulo, foram 8.158 vagas.

 

Previsão

 

O ministro afirmou que abril foi o mês em que houve o início de uma recuperação mais forte em relação ao emprego formal. Segundo ele, o mês de maio também será melhor que abril.

 

“Vamos agora ter um acúmulo de resultados positivos. A minha previsão é de mais de 1 milhão de empregos em 2009 e um crescimento da economia entre 2% e 2,5%”, afirmou.

 

“O Brasil, das 20 maiores economias, é a primeira a registrar um saldo positivo no emprego formal neste ano, com exceção da China, que tem outro sistema.”

 

O ministro do Trabalho afirmou que está mais otimista do que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que disse na semana passada prever um resultado entre zero e 2%. “Ele falou de zero a 2%. Eu fico com o lado otimista do Mantega”, disse Lupi.

 

Seguro-desemprego

 

Ainda nesta semana, o governo irá anunciar uma nova lista de trabalhadores que serão beneficiados com as duas parcelas extras do seguro-desemprego, com base nos dados do trimestre encerrado em abril.

 

Esse benefício foi criado neste ano para ajudar os trabalhadores demitidos desde o final do ano passado. O pagamento é feito automaticamente, mas a lista é restrita aos setores e Estados que registraram queda no emprego por causa da crise.

 

Em março, o Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) autorizou a liberação do pagamento das parcelas adicionais do seguro-desemprego para os 103 mil trabalhadores demitidos sem justa causa em dezembro do ano passado, em função dos efeitos da crise econômica.

 

“Com esse estudo que fechamos hoje, com certeza ampliaremos para alguns setores, daqueles que foram demitidos em janeiro´, disse o ministro.

 

Hoje, o benefício varia de três a cinco meses, dependendo do tempo em que o trabalhador ficou no emprego –o seguro vai de R$ 465 a R$ 870, sendo o valor médio pago de R$ 595,20. Nesse caso, as parcelas podem chegar de cinco a sete meses.