Ingresso é maior desde que governo começou a compilar dados, há 5 anos
O número de estrangeiros que vieram trabalhar no Brasil no primeiro semestre de 2008 é o maior em cinco anos, segundo dados do Ministério do Trabalho.
No primeiro semestre do ano, o número de autorizações chegou a 18,2 mil – um crescimento superior a 45% em relação a igual período do ano passado -, entre permissões temporárias e permanentes.
De acordo com especialistas em recursos humanos e em economia, o movimento reflete o crescimento da economia brasileira e pode trazer novos benefícios ao país.
Os dados do Ministério do Trabalho se restringem a um período relativamente curto, de cinco anos. Mas, considerados os números do primeiro semestre de cada ano, desde o início da série histórica, o total de estrangeiros que veio trabalhar no Brasil quase dobrou. Passou de 9,3 mil, em 2004, para 18,2 mil, em 2008.
De acordo com o presidente do Conselho Nacional de Imigração, do Ministério do Trabalho, Paulo Sérgio de Almeida, a vinda de profissionais temporários está ligada à compra de máquinas e equipamentos no exterior pela indústria brasileira.
Entretanto, ele ressalta que, depois do início da operação dessas máquinas, esses profissionais voltam para casa, repassando, em muitos casos, o trabalho a brasileiro.
Assistência técnica
Das 18,2 mil pessoas autorizadas a trabalhar no país entre janeiro e junho de 2008, 16,8 mil vieram em caráter temporário, segundo o Ministério do Trabalho, boa parte para realizar serviço de assistência técnica.
“(A compra de máquinas) naturalmente faz com que haja a necessidade da vinda de técnicos deste país para supervisionar, fazer partes que são sensíveis (no trabalho) de instalação desses equipamentos”, ressalta o presidente do Conselho Nacional de Imigração.
Para evitar práticas contrárias à legislação – que determina que um estrangeiro pode realizar atividades no país somente em caso de ausência de brasileiros qualificados -, os pedidos de uso de trabalhadores estrangeiros são avaliados caso a caso pelo ministério. “É preciso um plano de qualificação de mão-de-obra, para que o trabalho possa ser transferido para brasileiros”, explica.
Para Almeida, o caráter “desenvolvimentista” do trabalho estrangeiro fica mais evidente no caso de empreendedores que escolham o Brasil para morar e fazer negócios. Entre as 18,2 mil autorizações de trabalho do ministério, 1,4 mil foram concedidas para pessoas que vieram para ficar. Entre elas, 767 são enquadradas como “investidor pessoa física”. Ou seja: chegaram para abrir uma empresa no país.
Fonte: G1