Isabel Sobral, BRASÍLIA
Após muita negociação, o Conselho Curador do FGTS aprovou ontem o repasse de R$ 7 bilhões para o BNDES ampliar seu poder de apoio a projetos de infra-estrutura das empresas privadas. O dinheiro chegará ao BNDES por meio do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS), criado em 2007.
A discussão sobre essa operação foi iniciada, antes mesmo do agravamento da crise financeira internacional, pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Em junho, o conselho já havia autorizado uma capitalização do BNDES por meio do repasse de títulos garantidos pelo Tesouro Nacional que eram propriedade do FGTS, num total de R$ 6,5 bilhões.
Esse novo repasse de recursos do FGTS será feito pela venda de debêntures (títulos de dívida emitidos por empresas privadas) ao FI-FGTS. Os papéis serão lastreados em uma carteira de projetos que poderão ser nas áreas de energia, rodovias, entre outras, e financiados pelo BNDES. Os títulos renderão, no mínimo, a Taxa Referencial (TR) mais 6% de juros ao ano ao Fundo de Investimento e terão de ter prazos próximos aos das obras.
Ontem, a reunião do conselho do FGTS teve momentos tensos por causa de dúvidas de alguns conselheiros quanto à redação da resolução que seria votada. Eles queriam a garantia expressa de que as debêntures serão resgatadas dentro dos mesmos prazos dos projetos, sem carências para o retorno do dinheiro. “Houve apenas um mal entendido, resolvemos as falhas na redação”, atenuou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente do conselho do FGTS.