Irany Tereza e Adriana Chiarini
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá receber novos aportes do governo para garantir a manutenção dos planos de investimento dos projetos empresariais já aprovados, independentemente da crise financeira mundial. O presidente da instituição, Luciano Coutinho, negociou com a cúpula do governo para assegurar o apoio e recebeu o aval para eventuais reforços de caixa.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia assinado, em agosto, medida provisória autorizando o Tesouro a liberar R$ 15 bilhões ao banco. Mesmo antes do agravamento da crise, o BNDES vinha tendo dificuldade em acompanhar o ritmo da demanda. Outro reforço financeiro é negociado para a liberação de R$ 7 bilhões do Fundo de Investimentos (FI) em Infra-Estrutura do FGTS. O acordo está em fase de conclusão, mas o valor poderá ser ampliado.
As últimas estimativas feitas pelo banco apontavam para um volume de desembolsos recorde este ano, de R$ 84 bilhões. No mês passado, o ritmo de aprovações foi muito superior ao de desembolsos porque o banco foi obrigado, segundo fontes, a postergar a liberação de dinheiro para alguns projetos.
Apesar disso, Coutinho, que retornou ontem ao Rio e hoje deve falar publicamente sobre os reflexos da crise, afirma que o clima no BNDES é de “tranqüilidade e confiança”. “O banco está líquido e poderá receber ainda mais apoio para garantir o suporte necessário para que planos de investimento não sejam afetados.” Os R$ 23 bilhões já engatilhados seriam suficientes para garantir, nos próximos meses, a manutenção das atividades, sem sobressaltos.