PAULO DE ARAUJO – COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, afirmou ontem que o banco de fomento conta com “funding” suficiente até a primeira metade de 2009 para fazer face à escassez de crédito internacional.
Segundo ele, o BNDES trabalha hoje com “folga” de caixa, após receber empréstimo de R$ 15 bilhões do Tesouro. Neste ano, os desembolsos do banco devem atingir R$ 85 bilhões.
“O BNDES está equipado para enfrentar as circunstâncias. Estamos confiantes em que vamos conseguir suprir parte da necessidade para manter o investimento em curso”, disse Coutinho, após reunião do Fórum Nacional da Indústria.
A questão agora é garantir capital ao banco a partir do segundo semestre do ano que vem. Para ele, não há necessidade de recorrer novamente ao Tesouro em busca de recursos. Coutinho mencionou a formação de um fundo complementar para capitalizar o BNDES, mas não deu detalhes.
Afirmou que não há motivo para um desaceleração mais “aguda” da economia em função da crise internacional. Para ele, o crescimento do Brasil em 2009 deve ficar acima de 4%.
Segundo ele, os investimentos entre 2008 e 2011 somam R$ 2,4 trilhões, 14% mais em relação ao quadriênio anterior, puxados pela construção civil e pelo setor de infra-estrutura.
“Esses projetos de investimento não param porque miram o horizonte a partir de 2014, 2015. Trata-se de uma estratégia de médio e longo prazo que não será afetada por um cenário de desaceleração global.”
Para o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto, o papel do BNDES passa a ganhar importância ainda maior à medida que aumenta a dificuldade na obtenção de crédito internacional.