Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Benefício de até R$ 1.245 deve ter ganho real

GOVERNO ELABORA UM NOVO PROJETO DE AUMENTO PARA OS SEGURADOS DO INSS QUE GANHAM ATÉ TRÊS MÍNIMOS. ELES TERIAM REAJUSTE MAIOR QUE A INFLAÇÃO

BRASÍLIA – A liderança do governo na Câmara deve contra-atacar o projeto de reajuste igual ao do salário mínimo para todos os 25,3 milhões de beneficiários do INSS com uma proposta de reajuste com aumento real, acima da inflação, para quem ganha até três mínimos (R$ 1.245).
A proposta de aumento em discussão no governo tem relação com o projeto de reajuste dos benefícios que as próprias entidades de aposentados apresentaram ao ex-ministro da Previdência Luiz Marinho, no mês passado.
Pela proposta dos aposentados, o governo pagaria um reajuste fixo, em reais, no mesmo valor do aumento do mínimo para uma faixa maior de aposentados, até um valor pré-determinado. A partir desse valor, a correção seria igual ao índice de inflação -como já acontece hoje para quem ganha acima do piso.
Neste ano, o reajuste do mínimo foi de 9,21%. Já as aposentadorias maiores que o piso tiveram alta de 5%.
O deputado Henrique Fontana (PT-RS), líder do governo na Câmara, defende um reajuste maior para os aposentados, mas é contra o mesmo índice dado ao piso. “Estamos buscando alternativas.””
A alteração no relatório do projeto que estabelece as regras da política de reajuste do piso salarial para os próximos anos e que estendeu o mesmos índice para todos os aposentados foi aprovada anteontem em reunião extraordinária da CESM (Comissão Especial do Salário Mínimo).
Agora, o projeto vai a plenário e deve ser votado até o dia 17 de julho, quando a Câmara entra em recesso.
A base aliada do governo fará um esforço derrubar a alteração e continuar negociando uma política de reajuste dos benefícios. A oposição, por outro lado, espera manter a mudança e garantir um índice único de reajuste para todos os aposentados.
“O reajuste maior para todos os aposentados foi incluídos no relatório do projeto. Agora, fica mais difícil para o governo derrubar a mudança”, disse o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).
O resultado da votação na comissão foi de 11 a zero. O deputado Gilmar Machado (PT-MG) quer anular a votação porque a reunião da comissão do salário mínimo teria acontecido no mesmo horário da ordem do dia do plenário, que aprovava a CSS (Contribuição Social para a Saúde).
A mesa diretora da Câmara vai decidir na semana que vem se aceita ou não pedido de anulação da votação na comissão do salário mínimo. (Juca Guimarães, enviado especial)