Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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BB estuda cortar spread de dinheiro do FAT

Alex Ribeiro, de Brasília


O Banco do Brasil acenou com a possibilidade de cortar os spreads de empréstimos feitos com recursos do Fundo de Amparo do trabalhador (FAT), diante do cenário mais positivo para a economia, que incorpora, inclusive, a decisão tomada ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de cortar os juros básicos aos menores patamares da história.

 

O corte dos spreads dos financiamentos com recursos do FAT é uma demanda do ministro do Trabalho, Carlos Luppi, que se queixa dos patamares que, segundo ele, seriam similares aos das linhas operadas pelo Banco do Brasil com recursos captados no mercado.

 

O BB diz que, na verdade, os spreads atingem patamares maiores quando ele oferece aos empresários linhas que são compostas pelos recursos do FAT e de outras captações do banco. Em alguns casos, o banco oferece linhas compostas por 30% recursos do FAT e 70% recursos captados no mercado, e o custo final ao tomador refletem as taxas ponderadas do FAT e das linhas normais operadas pelo BB.

 

Na média, diz o Banco do Brasil, os spreads tem valores moderados.

 

De qualquer forma, reconhecem fontes do BB, os spreads das linhas do FAT acumulam alguma gordura, porque foram definidas em um contexto econômico mais adverso, quando os juros básicos estavam mais altos e a economia brasileira era afetada pela crise financeira mundial.

 

O cenário de distensão monetária, confirmado com a redução de um ponto percentual na taxa Selic de 11,25% para 10,25% ano, abre espaço para discutir os spreads dos empréstimos do FAT, obedecendo a critérios técnicos e preservando a remuneração dos riscos das operações.

 

Os spreads dos empréstimos do FAT, ponderam fontes do BB, são definidos pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), após ouvir argumentos técnicos de representantes do banco federal. Nas linhas voltadas para o agronegócio, diz o BB, as taxas de juros são fixadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

 

O BB pondera que os riscos das operações de crédito são inteiramente assumidos pelos agentes financeiros. “Em caso de inadimplência, cabe ao banco devolver os recursos ao FAT independentemente de tê-los recebido dos mutuários da operação de crédito”, esclarece o BB, por meio de nota distribuída por sua assessoria de imprensa.

 

O FAT tem um fundo de aval, diz o Banco do Brasil, mas ele não cobre a totalidade dos custos de inadimplência do banco.