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SÃO PAULO – A greve nacional dos bancários completou ontem uma semana com cerca de cinco mil agências paralisadas em todo o País. As assembléias realizadas ontem à noite pelos 148 sindicatos representados pelo Comando Nacional decidiram pela manutenção do protesto.
Em São Paulo, durante a audiência de conciliação realizada na tarde de ontem no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, o desembargador Nelson Nazar mediou que a federação dos bancários (Fenaban) voltasse a negociar com os representantes dos trabalhadores. A primeira rodada ficou marcada para amanhã pela manhã.
O desembargador suspendeu retroativamente a liminar que determinava que 70% dos serviços bancários funcionassem. Em contrapartida, quer que os bancários permaneçam em estado de greve, suspendendo o movimento por 48 horas, para que o impasse seja resolvido na mesa de negociações.
A decisão sobre a suspensão será tomada pelos trabalhadores em assembléia na quinta-feira, 16, às 19h, na Quadra dos Bancários. O desembargador estipulou, ainda, prazo de cinco dias úteis para que sejam realizadas rodadas de negociações e a campanha seja resolvida. Caso contrário, as partes devem voltar ao tribunal.
“Sempre apostamos no diálogo para resolver os problemas dos trabalhadores na mesa de negociação e continuamos com essa disposição. Foram os banqueiros que levaram os bancários à greve ao não apresentar proposta digna à categoria”, diz o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. “Se não houver proposta, ao final do prazo de cinco dias, os trabalhadores voltam à greve por tempo indeterminado”, ressaltou.
É a primeira vez que a categoria bancária pode suspender um movimento para restabelecer o processo negocial. O Ministério Público do Trabalho, que ingressou com o dissídio de greve, manifestou concordância com a decisão do desembargador e se comprometeu a não recorrer da decisão.
Portanto, a greve dos bancários continua em São Paulo, Osasco e região hoje e amanhã.