Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

Bancários de 12 estados fazem greve por aumento real

Categoria rejeita reajuste de 7,5% e quer aumento real de 5%, mais a reposição do INPC de 7,15%; vale-alimentação e auxílio-creche de R$ 415; e vale-refeição de R$ 17,50 por dia.

Os bancários de São Paulo e de outros 11 estados decidiram fazer paralisação por 24 horas a partir de hoje para reivindicar reajuste salarial maior do que o apresentado pela federação dos bancos. Em Brasília (DF) e na cidade do Rio de Janeiro (RJ), a greve foi aprovada por tempo indeterminado.

No País, são 434 mil bancários em campanha salarial – sendo que 120 mil trabalham em São Paulo, Osasco e região.

A maior parte das paralisações previstas para hoje foi decidida ontem à noite em assembléias realizadas por vários sindicatos espalhados pelo País.

Prazo para acordo é 8 de outubro

Na capital paulista, os cerca de 1.300 funcionários que foram à assembléia na quadra dos bancários definiram que, se até o dia 8 de outubro não houver acordo salarial, a categoria pára por tempo indeterminado.

O comando nacional dos bancários, que representa a categoria nas negociações salariais, rejeitou o reajuste de 7,5% oferecido pelos bancos para os salários, pisos salariais e demais verbas trabalhistas – como vale-refeição, alimentação e auxílio-creche.

O percentual é considerado insuficiente pela categoria porque serviria apenas para repor a inflação acumulada de 7,15% (medida pelo INPC do IBGE) no período de setembro de 2007 a agosto deste ano e não contemplaria aumento real.

Aumento real

Os funcionários dos bancos pedem 5% de aumento real, vale-alimentação e auxílio-creche de R$ 415; e vale-refeição de R$ 17,50 por dia.

Na capital paulista, a paralisação deve começar hoje nas agências bancárias da região central da capital e se estender para as demais zonas da cidade.

“Os banqueiros, que tiveram bons resultados em lucro, rentabilidade e ativos, se recusam a retribuir aos bancários na mesma proporção que o trabalho empenhado”, diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (CUT).

Paralisação nacional

Também decidiram parar por 24 horas os bancários de Curitiba (PR), Campina Grande e região (PB), Recife (PE), Piauí, Divinópolis (MG), Belo Horizonte (MG), Teresópolis (RJ), Santo Ângelo, Camaquã e Porto Alegre (RS), Rondônia, Acre, Dourados (MS), Juiz de Fora (MG), Vitória da Conquista, Jequié e região (BA), Campo Mourão (PR), Erexim e Santa Maria (RS) e Paraíba (PB).

“Os bancários exigem a reabertura das negociações com apresentação, por parte dos bancos, de proposta que contemple aumento real de salários, PLR [participação nos lucros e resultados] maior, valorização dos pisos e uma política de plano de cargos e salários”, diz Marcolino.

Os bancos querem pagar 80% do salário, mais um valor fixo de R$ 943,85 (que já inclui os 7,5% de reajuste). Os bancários pedem PLR de três salários e mais R$ 3.500 fixos.

Os serviços de auto-atendimento das agências bancárias funcionam normalmente, segundo o sindicato, para reduzir os transtornos aos clientes. (Com Folha de S.Paulo)