Em linhas gerais, os dados confirmam o momento adverso pelo qual passam as negociações coletivas brasileiras. Trata-se do pior desempenho das negociações por reajustes salariais de primeiro semestre desde 2003.
Resultados: No primeiro semestre de 2016, apenas 24% das unidades de negociação analisadas pelo DIEESE conquistaram ganhos reais aos salários, segundo comparação com da inflação medida pela variação INPC-IBGE. Os ganhos foram, em sua maioria, de até 0,5%.
Em 37% das negociações foram observados reajustes iguais à inflação; e as que registraram reajustes abaixo da inflação, representaram aproximadamente 39% do total, sendo que 11% resultaram em perdas de até 0,5% e 29%, em perdas de até 2%.
Reajustes salariais por setores econômicos: Na Indústria, cerca de 21% dos reajustes analisados resultaram em ganhos reais aos salários, 33% ficaram abaixo da inflação e 46% tiveram valores iguais à variação do INPC-IBGE.
No Comércio, o percentual de negociação com reajuste igual à inflação foi menor: 36%. Negociações com aumento real representaram 26% do painel do setor e negociações com perdas reais, quase 39%.
Dos três setores, os Serviços apresentaram a maior proporção de reajustes acima e abaixo do INPC-BGE, 27% e 44%, respectivamente. Por conseguinte, foram os que apresentaram a menor proporção de reajustes em valor igual à inflação.
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Por Altair Garcia
Técnico DIEESE