“O aumento da expectativa de vida dos brasileiros, divulgado nesta segunda-feira, 2 de dezembro, pelo IBGE, traz uma boa notícia, visto que os brasileiros estão vivendo mais devido a melhoras na qualidade de vida. Agora, temos que lembrar a triste informação de que o aumento da esperança de vida afeta o bolso dos brasileiros. Isto porque, quando a expectativa de vida aumenta, maior é o desconto do fator previdenciário nas aposentadorias, ou seja, menor é o valor do benefício.
Devido à insensibilidade social do governo federal, que se recusa a acabar com o Fator Previdenciário, com a nova expectativa haverá uma redução média de 1,67% no benefício do trabalhador que se aposentar a partir de agora. Isso significa que um trabalhador que ganha R$ 1 mil, perderá R$ 16,70 por mês, ou R$ 200,40 por ano. É importante também lembrar que o Fator chega ao absurdo de reduzir 40% do valor das aposentadorias.
O Fator Previdenciário, mecanismo responsável por esse achatamento dos valores, penaliza quem começa a trabalhar mais cedo, já que esse segurado, teoricamente, vai receber o benefício por mais tempo.
Há tempos, a Força Sindical tem sido crítica deste perverso mecanismo, criado em 1999, que contribui para a exclusão social. Insistimos em extinguir o Fator porque entendemos que é preciso acabar com o martírio a que são submetidos os trabalhadores quando vão se aposentar. Eles têm seus benefícios achatados a partir da aposentadoria. Trata-se um crime contra a classe trabalhadora.
O fim do Fator Previdenciário é umas das prioridades da pauta dos trabalhadores. Vale ressaltar que as centrais sindicais já apresentaram uma proposta de acordo para substituir o Fator, baseada na fórmula 85/95. Nessa proposta, terá direito ao benefício integral o trabalhador que complete, na soma de sua idade e seu tempo de contribuição, 85 anos, no caso das mulheres, e 95 anos, no caso dos homens.
Só teremos um País desenvolvido e com distribuição renda quando o Fator Previdenciário foi extinto”.
Miguel Torres
presidente da Força Sindical/CNTM