Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Ato Internacional contra a Crise e o Desemprego

Centrais sindicais fizeram passeatas contra demissões e crise global


                       Passeata em São Paulo contra a crise
                                     
Foto: Jaélcio Santana

A Força Sindical, as demais centrais sindicais e diversos movimentos sociais e estudantis promoveram nesta segunda-feira, 30 de março, uma manifestação contra as demissões e a crise global.

Em São Paulo o ato, que reuniu cerca de 10 mil pessoas, teve início por volta das 10h, em frente à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na avenida Paulista. Em seguida, a passeata seguiu até ao Banco Central e à Caixa Econômica Federal, com encerramento em frente ao Teatro Municipal.

O “Ato Internacional Unificado contra a Crise”, que aconteceu também em outros Estados (Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Brasília, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe), foi convocado pela Confederação Sindical Internacional (CSI) e pela Confederação Sindical das Américas (CSA).

O ato reivindica redução dos juros, defesa dos direitos trabalhistas, investimento em políticas sociais, redução da jornada de trabalho sem redução de salários, desenvolvimento econômico e geração de emprego.

“A CNTM e os nossos sindicatos e federações de trabalhadores metalúrgicos apoiam e participam desta mobilização continental em defesa dos empregos, dos direitos trabalhistas e da justiça social. A unidade é fundamental neste momento!”, afirma Clementino Vieira, presidente da CNTM.

Para Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, “é crucial reivindicar investimentos públicos voltados ao emprego, serviços públicos de qualidade, financiamentos públicos para projetos de desenvolvimento e garantia de trabalho decente”.

Paulinho, presidente da Força Sindical, acredita que o movimento sindical deve brigar muito e exigir investimentos nos setores produtivos para que haja incremento do emprego e do trabalho decente, com mais riqueza e distribuição de renda. “Estes são os objetivos principais do movimento sindical diante da grave crise global”, afirma Paulinho.

O líder da Força Sindical comentou também que a unidade é o mais importante, porque possibilita aumentar o número de conquistas dos trabalhadores, convidou todos para comparecerem ao 1º de Maio da Força Sindical e fazerem uma grande manifestação contra o governador José Serra, que “não está fazendo nada para resolver o problema do desemprego em São Paulo”.


Paulinho, presidente da Força Sindical, e líderes das demais centrais


Juruna, secretário-geral da Força Sindical

Fotos: Jaélcio Santana
Texto: Val Gomes

Protesto no centro de Curitiba


Força Sindical organiza protesto no centro de
Curitiba em Defesa dos Empregos.
Foto: André Nojima
Texto: Guilherme Ochika

Dirigentes e militantes da Força Sindical realizaram na manhã desta segunda-feira, dia 30, em Curitiba, uma grande mobilização de protesto contra a crise financeira mundial e em defesa dos empregos. No ato, que reuniu cerca de 300 pessoas e foi batizado de “Dia Internacional de Luta em Defesa dos Empregos”, os manifestantes fizeram uma verdadeira “via sacra” na região central de Curitiba.

Munidos de caminhão de som, faixas, apitos, bandeiras e muita indignação, eles saíram da Praça Santos e saíram em passeata rumo à Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná). Lá, reforçaram o pedido para que as empresas dêem contrapartidas sociais dos recursos públicos que recebem, em forma de incentivos fiscais, e mantenham o nível médio de empregos, estancando a onda de demissões que vem ocorrendo nos últimos tempos em todo o Brasil.

Na sequência, a peregrinação seguiu rumo à sede do Banco Central. A principal reivindicação foi a redução imediata na taxa de juros. De acordo com os sindicalistas e demais participantes do movimento, o Brasil tem hoje uma das maiores taxas do mundo, fato este que prejudica o desenvolvimento da economia, o acesso ao crédito, e conseqüentemente, aumenta o risco de desemprego.

Fechando o protesto, os manifestantes se dirigiram até a Assembléia Legislativa do Paraná (Alep) para pressionar os deputados estaduais a aprovarem o reajuste do salário mínimo regional. Centrais sindicais e Governo do Paraná negociaram recentemente um valor que gira entre R$ 605 e R$ 629, dependendo da categoria profissional, e enviaram o projeto à Assembléia. Hoje o piso salarial do Paraná varia entre R$ 527 e R$ 547,80. O piso regional ficará 12,05% maior que o salário mínimo nacional, que hoje é de R$ 465. Com os manifestantes lotando as galerias da Assembléia, a Comissão de Constituição e Justiça da casa (responsável por analisar a constitucionalidade e legalidade dos projetos de lei) aprovou o reajuste. Agora, o projeto deve ir a votação em plenário na semana que vem, segundo informou a assessoria de imprensa da Alep. Sendo aprovado, irá para a sanção do Governador Roberto Requião.

Lei do Emprego

Aproveitando a ocasião, os manifestantes aproveitaram também para criticar os deputados estaduais que votaram contra a PEC do Emprego. A proposta, que restringe a liberação de incentivos fiscais apenas a empresas que se comprometam a manter o nível médio de empregos, não foi aprovada na Assembléia porque nove deputados votaram contra e outros onze nem apareceram para votar. Com isso, a Força Sindical do Paraná colocou painéis públicos em Curitiba, Londrina e São José dos Pinhais e distribui jornais e panfletos com as fotos dos deputados que votaram contra os interesses do trabalhador. Pressionados, os deputados reapresentaram um projeto semelhante, que deve ir a votação em plenário até o dia 7 de abril, segundo o presidente da Alep, Nelson Justus.

Participaram do ato de hoje dirigentes e militantes das seguintes entidades: Força Sindical do Paraná, CNTM, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Conlutas, Intersindical, Coordenação dos Movimentos Sociais, Movimento dos Sem-Terra (MST), União Paranaense dos Estudantes (Upe) e União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes).


Metalúrgicos de Guarulhos levam mais de 100 ao ato contra a crise

                                         Foto: Cláudio Omena
                                         Texto: João Franzin

O Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região mobilizou no dia 30 de março mais de 100 manifestantes, entre trabalhadores da ativa e aposentados, no protesto chamado por 25 entidades nacionais e internacionais e coordenado pelas centrais Força Sindical, CUT, Nova Central, UGT, CTB, CGTB e Conlutas.

José Pereira dos Santos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos, afirma: “É nosso grito unitário contra a crise e cobrando a retomada do crescimento econômico, com emprego”.

Encenação – O Sindicato de Guarulhos levou uma guilhotina à manifestação. Carrascos encenavam o corte de cabeças de trabalhadores. Veja na foto abaixo, feita por Jaélcio Santana.


Confira o documento distribuído à população:

TRABALHADORES E TRABALHADORAS NÃO PAGARÃO PELA CRISE

Não às demissões! Pela redução dos juros, pelos investimentos públicos e em defesa dos direitos trabalhistas e sociais!

O Brasil vai às ruas na próxima segunda-feira, 30 de março. Os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade estarão unidos contra a crise e as demissões, por emprego e salário, pela manutenção e ampliação de direitos, pela redução dos juros e da jornada de trabalho sem redução de salários, pela reforma agrária e em defesa dos investimentos em políticas sociais.

A crise da especulação e dos monopólios estourou no centro do sistema capitalista, os Estados Unidos, e atinge as economias menos desenvolvidas. Lá fora – e também no Brasil -, estão sendo torrados trilhões de dólares para cobrir o rombo das multinacionais, num poço sem fim, mas o desemprego continua se alastrando, podendo atingir mais 50 milhões de pessoas.

No Brasil, a ação nefasta e oportunista das multinacionais do setor automotivo e de empresas como a Vale do Rio Doce, CSN e Embraer, levaram à demissão de mais de 800 mil trabalhadores nos últimos cinco meses.

O povo não é o culpado pela crise. Ela é resultante de um sistema que entra em crise periodicamente e transformou o planeta em um imenso cassino financeiro, com regras ditadas pelo “deus mercado”. Diante do fracasso desta lógica excludente, querem que a classe trabalhadora pague a fatura em forma de demissões, redução de salários e de direitos, injeção de recursos do BNDES nas empresas que estão demitindo e criminalização dos movimentos sociais. Basta!

A precarização, o arrocho salarial e o desemprego enfraquecem o mercado interno, deixando o país vulnerável e à mercê da crise, prejudicando fundamentalmente os mais pobres, nas favelas e periferias. É preciso cortar drasticamente os juros, reduzir a jornada sem reduzir os salários, acelerar a reforma agrária, ampliar as políticas públicas em habitação, saneamento, educação e saúde, e medidas concretas dos governos para impedir as demissões, garantir o emprego e a renda dos trabalhadores.

Manifestamos nosso apoio a todos os que sofreram demissões, em particular aos 4.270 funcionários da Embraer, ressaltando que estamos na luta pela readmissão.

O dia 30 também é simbólico, pois nesta data se lembra a defesa da terra Palestina, a solidariedade contra a política terrorista do Estado de Israel, pela soberania e auto-determinação dos povos.

Com este espírito de unidade e luta, vamos construir em todo o país grandes mobilizações. O dia 30 de março será o primeiro passo da jornada. Some-se conosco, participe!

* NÃO ÀS DEMISSÕES!

* REDUÇÃO DOS JUROS!

* REDUÇÃO DA JORNADA SEM REDUÇÃO DE SALÁRIOS E DIREITOS!

* REFORMA AGRÁRIA, JÁ!

* POR SAÚDE, EDUCAÇÃO E MORADIA!

* EM DEFESA DOS SERVIÇOS E SERVIDORES PÚBLICOS!

* SOLIDARIEDADE AO POVO PALESTINO!

ATO INTERNACIONAL UNIFICADO CONTRA A CRISE
30 DE MARÇO – 10 HORAS – AV. PAULISTA, 1374 (FIESP)

ASSEMBLÉIA POPULAR, CEBRAPAZ, CGTB, CMB-FDIM, CMS, CONAM, CONLUTAS, CONLUTE, CTB, CUT, FORÇA SINDICAL, INTERSINDICAL, MARCHA MUNDIAL DE MULHERES, MST, MTL, MTST, NCST, OCLAE, UBES, UBM, UGT, UNE, UNEGRO/COMEN, VIA CAMPESINA