Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Jaélcio Santana Mobilização dos trabalhadores das regiões Sul e Oeste para a Campanha Salarial 2011

Aproximadamente 10 mil trabalhadores metalúrgicos das regiões sul e oeste da capital participaram, na manhã desta terça-feira (4), do ato de mobilização da Campanha Salarial realizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes na zona sul da capital (Avenida das Nações Unidas).

O presidente do Sindicato, Miguel Torres afirmou que, além de mobilizar os trabalhadores, “o ato é para alertar os empresários, que o grupo patronal que emperrar as negociações vai ter as empresas paralisadas. Não vamos aceitar que os patrões coloquem a crise na mesa de negociação. Se até 30 de outubro não tivermos uma proposta digna, entraremos em greve na primeira semana de novembro”, disse Miguel.

A proposta foi aprovada pelos trabalhadores. A pauta de reivindicações da categoria está sendo entregue esta semana aos sindicatos patronais. A data-base é 1º de novembro. 

“Vamos mostrar nossa disposição de luta para buscar o aumento real de salário. Este é o momento de correr atrás do aumento para que o País continue crescendo”, reforçou o secretário-geral Arakém.

Miguel Torres lembrou aos trabalhadores que o Sindicato e a Força Sindical têm atuado junto com o empresariado contra as importações desenfreadas, discutiram o problema com o governo, com objetivo de privilegiar a mão de obra, a qualificação profissional, a produção e os empregos e o desenvolvimento de novas tecnologias, e conseguiram a redução do IPI para os carros importados.

“Mas não vamos confundir essa luta com a campanha salarial. Vamos buscar aumento real de salário, valorização do piso, redução da jornada de trabalho, PLR para todos, e outros benefícios sociais, como a estabilidade aos acidentados e portadores de doenças profissionais, licença-maternidade de 180 dias, inclusão digital”, reforçou Miguel Torres.

Participação
A diretora financeira Elza Costa Pereira, falou da importância da participação dos trabalhadores nas mobilizações. “É a união que faz a força dos trabalhadores e nos fortalece na mesa de negociação. O que conquistarmos vai ajudar também outras categorias”, afirmou.

O 3º vice-presidente Pereira também reforçou da importância da participação, organização e disposição de luta. “É a renovação da nossa convenção coletiva”, disse.

O 1º vice-presidente, Tadeu Morais, falou que toda luta na porta da empresa e nas ruas é fundamental para o alcance dos objetivos, assim como a luta do deputado Paulinho, presidente da Força Sindical, no Congresso Nacional. “É uma luta grande pela regulamentação da terceirização, redução da jornada de trabalho para 40h semanais, o aviso prévio proporcional e outros direitos”, disse.

Manutenção das empresas
O vereador Claudio Prado ressaltou a luta do Sindicato contra a desindustrialização, pela manutenção dos empregos em São Paulo, e das intervenções junto à prefeitura e ao governo do Estado para impedir que as empresas saiam da cidade. “Se o país cresceu foi graças aos trabalhadores, à produtividade de cada um. Para superar as crises os trabalhadores têm que ter emprego e salário digno, porque são eles que dão a dinâmica do crescimento”, disse.

Jornada pelo Trabalho Decente
A Jornada Mundial pelo Trabalho Decente, que vem sendo desenvolvida pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), Confederação Sindical Internacional (CSI) e Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSA), foi lembrada no ato pelo presidente Miguel Torres.

Segundo Miguel, esta luta tem tudo a ver com a Campanha Salarial dos metalúrgicos, com o trabalho do deputado Paulinho da Força, no Congresso Nacional. “Paulinho trava uma luta contra a terceirização, que achata os salários e precariza as condições de trabalho. Queremos que onde houver trabalhador terceirizado, que seja aplicada a Convenção Coletiva, garantindo todos os benefícios e direitos a esse trabalhador”, ressaltou Miguel.

Na próxima sexta-feira, será realizada uma manifestação de apoio à Jornada pelo Trabalho Decente, às 6h30, no Largo da Concórdia, no Brás. O diretor Roberto Sargento está representando o Sindicato nas várias conferências preparatórias estão sendo realizadas, e que vão culminar com a 1ª Conferência Estadual do Trabalho Decente, nos dias 24 e 25 de outubro, no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Próximos Atos de Mobilização
-Quinta-feira, dia 6, a partir das 8h, na zona leste, com trabalhadores das regiões leste e norte da capital. Será no triângulo das avenidas Arno com Presidente Costa Pereira e Presidente Almeida Couto, na Mooca. O local também é conhecido como Ilha do Sapo.

 -Dia 14 de outubro, a partir das 8h, em Mogi das Cruzes, na rua Capitão Francisco de Almeida, 695, bairro Brás Cubas, em frente à Valtra.

Principais reivindicações da pauta, de um total de 152: 

• Reposição salarial
• Aumento real (o percentual será definido durante as negociações)
• Jornada de 40 horas semanais, sem redução salarial
• Valorização do piso salarial
• Fim do teto de aplicação do reajuste salarial
• Fim das terceirizações
• Licença-maternidade de 180 dias

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