“Não vou entrar aqui no mérito da lista do procurador-geral baseada no que apurou a operação Lava Jato. Quem vai falar agora é o Supremo Tribunal Federal. A lista, no entanto, tem méritos que precisam ser destacados.
O primeiro aspecto é a rapidez da apuração, que durou cerca de 12 meses. No Brasil, onde a Justiça é lenta, merece louvor o esforço dos que, em menos de um ano, destrincharam um imenso labirinto de corrupção, cujos tentáculos extrapolam as fronteiras nacionais.
Devemos valorizar, também, a independência da Polícia Federal, do Ministério Público e da Procuradoria-Geral da República, que atuaram sem constrangimentos do Executivo. Isso mostra que prevaleceu a lógica republicana, o que, aliás, não é praxe na história nacional.
A divulgação da lista foi precedida de uma forte onda de boatos e versões. Uma das versões, maliciosamente construída, tentava imputar todos os malfeitos ao partido que está no poder. Não foi o que se viu. Há vários partidos envolvidos, mostrando que a contaminação atinge diversas siglas e diferentes políticos. O Supremo, com certeza, saberá indicar as responsabilidades de cada um.
Há lições imediatas a se tirar do que foi apurado e consta da lista do procurador Janot. A primeira, obviamente, é a constatação de que o nome da presidente Dilma não é citado pelas denúncias ou delações premiadas. Isso é positivo sob todos os aspectos, pois seria muito ruim para o País viver sob um governo suspeito e investigado.
Outra lição, e essa me parece muito clara, é a de que o atual sistema político e partidário está superado. Esse sistema, que se baseia no financiamento empresarial de partidos, campanhas e mandatos, precisa ser substituído por meio de uma reforma política que coloque o cidadão no centro do processo político, e não mais empresas, seja pelo caixa oficial, seja pelo caixa dois.
Não existe uma reforma ideal que transforme do dia para a noite a realidade de um país – essa mudança é um processo dinâmico e contínuo. Porém, a reforma política não pode esperar mais. A lista com 47nomes conhecidos de políticos é uma denúncia concreta de que o atual modelo político já não representa os anseios da Nação.
Mulher – Quero mandar meu abraço fraterno a todas as companheiras, pelo Dia Internacional da Mulher, 8 de março. A mulher merece respeito e homenagens. Mas já não basta entregar rosas. A mulher quer igualdade de oportunidades. É merecido”.
Por José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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