“Mais uma vez a equipe econômica do governo, contrariando todas as expectativas do setor produtivo, errou feio ao aumentar a taxa básica de juros (Selic), demonstrando, assim, com a desculpa esfarrapada de conter a inflação, toda a sua incoerência crônica e seu descaso para com a classe trabalhadora brasileira.
A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), anunciada a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, elevando-a a proibitivos 14,25% ao ano, não poderia acontecer em pior momento. O novo aumento dos juros representa, para os trabalhadores e para o setor produtivo, produção em baixa, recuo no consumo das famílias, crédito mais caro, aumento do desemprego, das desigualdades, miséria e estagnação econômica.
O custo social e econômico da utilização da Selic como instrumento controlador da inflação tem se evidenciado como ineficiente e muito caro para o País.
Com a Selic nas alturas, a situação das empresas e dos trabalhadores, já bastante debilitada, acaba sendo agravada ainda mais, acabando com qualquer centelha de esperança de recuperação no curto ou médio prazos.
O aumento da taxa básica de juros só está servindo para fortalecer ainda mais a crise. E nada de efetivo está sendo feito para detê-la.
A pergunta é: do jeito que as coisas vão, aonde iremos parar?”.
Miguel Torres
Presidente da Força Sindical e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM)