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Aposentados: Sarney sofre pressão de sindicalistas e parlamentares

BRASÍLIA – Autor da emenda de reajuste de 7,7% para os aposentados que ganham acima do salário mínimo, aprovada na MP 475 , o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) e o senador Paulo Paim (PT-RS) se reuniram nesta quarta-feira com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para pedir pressa na votação da MP 475. Na saída, os parlamentares disseram que Sarney garantiu que a proposta será votada o mais rapidamente possível.

Paim disse ainda que conversará com os demais senadores para evitar qualquer emenda à MP 475, para evitar que ela volte à Câmara. A medida perde a vadade no início de junho.

– Temos que votar a MP sem emendas. Sem emenda de fixação de uma idade mínima por exemplo, até porque isso só poder ser fixado em Proposta de emenda Constitucional (PEC) – disse Paim, autor de projeto que também acabava com o fator previdenciário .

“Tenho certeza de que o presidente Lula não vai brigar com os aposentados, com a Câmara, com o Senado, por causa de R$ 600 milhões”

Presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva disse que tem certeza de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vetará o reajuste de  7,7% para os aposentados. O deputado orientou os colegas do Senado a apresentar um requerimento de urgência para a MP 475, já que outras MPs destrancam a pauta do Senado.

– Acho que o presidente vai levar em conta essa questão política. A Câmara votou por unanimidade, e o Senado votará por unanimidade. Tenho certeza de que o presidente Lula não vai brigar com os aposentados, com a Câmara, com o Senado, por causa de R$ 600 milhões – disse Paulo Pereira da Silva.

Jucá diz que analisa alternativas ao fim do fator previdenciário O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), reafirmou que os 7,7% de reajuste serão aprovados pelo Senado e que tenta uma alternativa para o fim do fator previdenciário. Jucá disse que analisa a possibilidade de apresentar uma emenda à MP 475, instituindo uma idade mínima para aposentadoria no Brasil, em substituição ao fator previdenciário, porque é preciso algo que iniba as aposentadorias precoces. Mas Jucá afirmou que ainda está analisando a possibilidade técnica disso, embora tenha avisado aos líderes do DEM e do PSDB sobre essa possibilidade.

” Previdência não é brincadeira. Agora, o Senado vai aprovar os 7,7% de reajuste “

– Analiso isso (a fixação de uma idade mínima para aposentadoria) como uma alternativa ao fim do fator previdenciário. Mas ainda vou ver com os técnicos para ver se isso é possível. Temos que tratar essa questão da MP com tranquilidade. Previdência não é brincadeira. Agora, o Senado vai aprovar os 7,7% de reajuste – disse Jucá.

Ex-ministro da Previdência no governo Lula, Jucá disse que o fator previdenciário surgiu justamente devido à ausência de uma idade mínima para aposentadoria no Brasil. Hoje, a pessoa só pode se aposentar por tempo de contribuição ou por idade.

Segundo interlocutores que falaram com Lula, o presidente ficou muito irritado com a aprovação do fim do fator previdenciário. Ele disse que já esperara a derrota dos 7,7%, mas nunca a aprovação do fim do fator. Lula, num primeiro impulso e orientado pela equipe econômica, estaria disposto a vetar tudo. Até mesmo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), autor da emenda dos 7,7%, foi avisado de que a irritação e a pressão no governo estão grandes.

Fonte: O Globo