Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Apoio à Lei VW paralisa a Alemanha

Wolfsburg (Alemanha) , 15 de Setembro de 2008 – Líderes sindicais da Volkswagen afirmaram ter reunido na última sexta-feira quase 40 mil trabalhadores em manifestação a favor da manutenção da legislação que tem conseguido impedir as tentativas da Porsche para adquirir a maior montadora da Europa. O protesto – que aconteceu na principal fábrica da Volkswagen e nos escritórios da sede da companhia, na cidade alemã de Wolfsburg – foi o maior já realizado desde uma disputa contratual em 2004, afirmou Uwe Stoffregen, porta-voz do sindicato IG Metall.

A intenção dos trabalhadores da empresa era mostrar apoio à chamada Lei Volkswagen sobre propriedade e política trabalhista, além de dar um aviso à Porsche, maior investidor na montadora, e ao CEO da fabricante de veículos esportivos, Wendelin Wiedeking. A União Européia (UE) deseja abolir esta lei que limita o poder de voto dos acionistas e dá aos sindicatos um papel mais importante do que em outras companhias do país.

“Nós estamos aqui para mostrar que somos totalmente favoráveis à Lei Volkswagen”, afirmou Peter Heider, 48, que já está na montadora há 27 anos.

No ano passado, a corte suprema da UE apoiou a iniciativa da Comissão Européia, regulador antitruste da região, para anular a Lei Volkswagen que já existe há 48 anos e permite aos seus trabalhadores impedir o fechamento de fábricas, assim como assegura o direito de veto ao estado da Baixa Saxônia, berço da Volkswagen e segundo maior acionista da montadora.

“Nós, trabalhadores, precisamos desta lei para nos proteger contra as arbitrariedades do capital”, afirmou durante o protesto Bernd Osterloh, líder do conselho trabalhista da Volkswagen.

A Porsche sediada na cidade alemã de Stuttgart, detém participação de 30% na Volkswagen enquanto o estado das Baixa Saxônia possui 20%. A maior parte das companhias alemãs requer uma participação acionária de pelo menos 25% antes de ter direito ao veto.

Trabalhadores de todas as fábricas da Alemanha participaram da manifestação que durou 90 minutos, afirmou o IG Metall. Funcionários das subsidiárias na Polônia e Eslováquia juntaram-se aos seus colegas da fábrica da Audi em Bruxelas, da marca Seat na Espanha, da Bentley no Reino Unidos, da Lamborghini na Itália e da Skoda Auto na República Checa.

(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 4)(Bloomberg News)