Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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AEA discute competitividade e qualificação de mão de obra

Valor Econômico

Stella Fontes e Marli Olmos

De São Paulo

A partir de hoje, em São Paulo, os principais executivos da indústria automobilística nacional vão discutir as alternativas que o setor tem para alavancar a competitividade em um cenário de concorrência cada vez mais acirrada e entrada de novos fornecedores no mercado brasileiro. Escassez de mão de obra especializada, novas regras para emissões, alterações na legislação de segurança veicular e inovação estarão em pauta até amanhã durante a 19ª edição do Simea, Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva promovido pela AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva).

O simpósio acontece justamente no momento em que esquenta o debate sobre os ganhos e perdas embutidos no aumento de 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros importados ao Brasil de fora do Mercosul e do México. Além disso, o governo quer estimular a pesquisa e desenvolvimento no Brasil, exigência que foi incluída no decreto que não penaliza com IPI mais elevado a indústria nacional.

Um dos pontos críticos do setor, em termos de competitividade, na avaliação do presidente da comissão organizadora do Simea, João Irineu Medeiros, tange à oferta de mão de obra qualificada. “O país e o mercado crescem, mas há dificuldade em encontrar engenheiros especializados”, afirmou. No setor automotivo, estima-se que são necessários mais 12 mil engenheiros especializados na área – hoje há 12 mil profissionais com essa formação empregados na indústria – para que se atinja a meta de produção de 5 milhões de veículos por ano no Brasil.

Maior participação do governo, via incentivos à formação de profissionais, é apontada como uma das iniciativas que teriam efeito positivo nesse cenário. “Trabalhamos por um ano no tema do simpósio, que tem tudo a ver com o momento”, afirmou Medeiros.

Outros dois temas que serão tratados no simpósio estão relacionados à evolução da legislação que incide sobre o setor e as mudanças impostas às montadoras e fabricantes de autopeças. É o caso da obrigatoriedade do atendimento às normas Euro 5, de emissões, a partir de janeiro do próximo ano, e as novas regras no âmbito de segurança veicular.

Inovação, investimentos e registro de patentes também terão lugar de destaque no simpósio. “Vamos discutir ações que têm efeito no médio e longo prazo, como o portfólio de pesquisa que poderá ser utilizado no futuro ou como o governo pode garantir que os temas relevantes ao setor sejam o centro dessas pesquisas e qual é a vocação da indústria brasileira”, resumiu Medeiros. O evento acontece no WTC Sheraton Hotel, na capital paulista.