Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Adiantar 13º salário é opção para dívida

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC

Nesta época do ano, é comum muitos bancos oferecem aos seus correntistas a antecipação do 13º salário, ou da segunda parcela do pagamento extra, assegurado ao trabalhador registrado sob o regime de CLT.

Os juros cobrados pelas instituições bancárias para efetuar a adiantamento oscilam entre 2,2% a 4,5 %, taxas inferiores às praticadas na oferta de crédito direto ao consumidor (empréstimo pessoal).

Entretanto, especialistas advertem que a antecipação do 13º salário, que nada mais é que um empréstimo, só deve ser tomado em casos extremos. “Se a pessoa tiver dívidas com juros maiores que os aplicados pelo banco nesta modalidade, vale a pena pegar o dinheiro adiantado para quitar o débito”, explica Eduardo Becker, professor de macroeconomia da Esags (Escola Superior de Administração e Gestão), de Santo André. “É uma opção para quem está no cheque especial ou está pagando juros rotativos do cartão de crédito”, complementa. Os juros cobrados para esses dois serviços variam, normalmente, entre 8% e 12%.

Para se ter uma idéia de quanto pode custar a operação, Sérgio Gramcianinov, professor de finanças da Esags, exemplifica. “Se eu tenho R$ 1.000 líquidos a receber do 13º e peço o adiantamento de dois meses, em um banco cuja taxa de juros é de 3% ao mês, vou pagar no final das contas R$ 1.060,90 (sendo R$ 30 de juros por mês)”. Sem contar o IOF, imposto embutido em todos os financiamentos, em torno de 3% ao ano.

Condições – No Banco Nossa Caixa, as taxas para a antecipação variam de acordo com o perfil do cliente e do relacionamento com a instituição, entre 3,4% a 4,3% ao mês. O valor mínimo é de R$ 200 e o máximo, correspondente a 50% do salário líquido.

Já no Banco do Brasil, o limite para adiantar o pagamento extra é de 80% do salário líquido, com taxas de 2,99% ao mês. Não há limite mínimo.

O Banco Itaú cobra entre 2,5% e 4,5% por mês, e empréstimo pode ir de R$ 80 até R$ 5 mil.

A Caixa Econômica Federal oferece juros de 2,5% ao mês, para clientes que contrataram a operação no ano passado, e 2,55% para novos clientes. É possível solicitar entre 70% e 85% do valor, sendo no mínimo R$ 190 e no máximo R$ 20 mil.

No Santander, com taxa de 3,99% ao mês, pode-se emprestar até 100% do 13o salário. O mínimo para o crédito é de R$ 100.

O HSBC, por sua vez, oferece juros entre 2,20% e 2,99% ao mês. O valor mínimo da operação, no entanto, é de R$ 300 e o valor máximo, R$ 10 mil (limitado à 50% da renda).

Vale ressaltar que cada instituição possui diferentes datas de início e término da solicitação do crédito e critérios pessoais de avaliação para a concessão do empréstimo.