Carolina Dall´Olio
Desde que a crise começou, ao menos 44,5 mil trabalhadores do Estado de São Paulo já conseguiram preservar seus empregos por meio de acordos coletivos. As negociações ocorreram principalmente nos setores automotivo e químico.
No comércio de autopeças, que emprega cerca de 30 mil pessoas, um acordo entre as lojas e o Sindicato dos Comerciários de São Paulo adiou para maio a aplicação do aumento real. Em novembro, a convenção da categoria havia decidido por um reajuste de 9% nos salários – 7,3% correspondente a inflação e 1,7% de aumento real.
Porém, as revendas de autopeças procuraram o sindicato, pedindo para que o aumento real fosse postergado para maio, o que evitaria demissões. Os trabalhadores concordaram. A partir de maio, entretanto, eles receberão salários reajustados em 10,78%, para compensar esse período em que o aumento não foi aplicado.
Na indústria paulista, 19 acordos já foram registrados e ao menos 14,5 mil empregos foram preservados. Doze acordos preveem a redução de jornada de trabalho e dos salários – três deles foram realizados nesta semana na Grande São Paulo. As metalúrgicas Novex (182 funcionários), Olimpus (200) e MTP (600) conseguiram convencer os trabalhadores a aceitar um corte no salário em troca de estabilidade do emprego por cerca de três meses.