Metalúrgicos aprovam oferta de reajuste salarial de 8,3%
Marcelo Rehder
Os cerca de 16 mil metalúrgicos das fábricas da General Motors (GM) em São José dos Campos e em São Caetano do Sul, ambas no Estado de São Paulo, aceitaram ontem proposta de reajuste salarial de 8,3% mais abono de R$ 1.950 e encerraram a greve por tempo indeterminado iniciada sexta-feira. A decisão foi tomada em assembleias em porta de fábrica.
As negociações terminaram sexta-feira, em audiência de conciliação realizada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado ao Comando Nacional de Lutas (Conlutas). A proposta representa aumento real de 3,7% (acima da inflação) e contempla salários de até R$ 7 mil. Acima desse valor, haverá reajuste no valor fixo de R$ 581.
Também ficou definido o pagamento pela GM de 50% dos dias parados. A outra metade será compensada pelos trabalhadores, que fizeram quatro paralisações de 24 horas desde o dia 10. O acordo beneficiou os trabalhadores da GM de São Caetano do Sul, cujo sindicato é filiado à Força Sindical.
“Os metalúrgicos da GM deram um grande exemplo de luta e resistência nessa campanha salarial”, disse o presidente do sindicato, Vivaldo Moreira Araújo. “Fomos para cima da empresa e não tivermos medo de lutar por melhores propostas”, acrescentou, referindo-se aos acordos feitos pela da rival Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Desde quinta-feira à noite, quando os metalúrgicos da região do ABC paulista (ligados à CUT) entraram em greve, 41 empresas já procuraram o sindicato e se comprometeram em atender às reivindicações dos trabalhadores para que a produção fosse retomada.
Eles querem reajuste salarial de 6,53% (2% de aumento real) e abono igual a um terço do salário médio nas empresas. São os mesmos índices conquistados pelo sindicato nas negociações com as montadoras.