Foi um orgulho lutar nestas eleições do lado de quem defende a democracia, a paz, o desenvolvimento e a justiça social. Embora derrotada nas urnas, a candidatura que apoiamos obteve uma expressiva votação em todo o País.
Portanto, nós, eleitores deste projeto progressista e social, merecemos respeito e temos o direito de continuar a luta pelo emprego de qualidade para todos e para todas, trabalho decente, direitos garantidos e ampliados e distribuição de renda, pela liberdade de pensar, expressar e construir um futuro melhor para a nação brasileira.
Somos democratas e reconhecemos o resultado das urnas. Esperamos, porém, que o governo eleito não coloque em prática o projeto de exclusão social que propagou durante a campanha eleitoral nem alimente mais o ódio à democracia, à política, aos movimentos sociais e a todos os demais ativismos que são fundamentais para a construção de uma sociedade plural, rica nas diversidades, civilizada e soberana.
A sociedade brasileira (honesta, empreendedora, produtiva e trabalhadora) não pode aceitar com naturalidade os ataques, as agressões, a repressão, o autoritarismo e a violência por parte dos grupos que agem contra quem pensa de forma diferente de seus sistemas de crenças. Afinal de contas, estamos em pleno século 21, e a paz é algo essencial para que possamos conquistar avanços na democracia e uma retomada do desenvolvimento econômico do País que beneficie todos(as) os(as) brasileiros(as), sem distinção.
Nós, do movimento sindical unificado, iremos continuar mobilizando os trabalhadores e as trabalhadoras nas empresas, nas fábricas e demais locais de trabalho por melhores salários e condições dignas de trabalho, e nas ações mais abrangentes nacionais e unificadas em defesa dos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários da classe trabalhadora.
Iremos continuar nos manifestando, desde já, contra a imposição de uma “reforma” da Previdência que, já anunciada por membros do governo eleito, nos mesmos moldes pretendidos pelo Temer, irá destruir as aposentadorias públicas, não combaterá os privilégios e beneficiará somente os planos privados dos bancos.
Também nos colocamos à disposição deste imenso Brasil para defender a soberania nacional contra a venda de nossas riquezas naturais e energéticas, em defesa do meio ambiente e dos setores produtivos que precisam crescer para gerar empregos de qualidade e gerar um novo ciclo virtuoso na economia nacional.
Defendemos a democracia, a liberdade de expressão, a imprensa livre, a educação ampla, a diversidade das manifestações culturais, artísticas e religiosas e as ações dos movimentos sociais, dos estudantes e dos trabalhadores. A luta e a coragem sempre fizeram parte da nossa história de conquistas para o povo brasileiro e, assim, sem medo e com consciência de classe, continuaremos atuando no dia a dia.
Miguel Torres
Presidente da CNTM, Força Sindical e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo/Mogi das Cruzes