A criação do salário mínimo, pelo presidente Vargas, em 1940, é uma das grandes conquistas do povo brasileiro. O mínimo veio garantir um padrão básico de remuneração à nascente classe de trabalhadores urbanos e, de pronto, beneficiou 60% da mão de obra.
Aplaudido pelos trabalhadores e setores progressistas da sociedade, o salário foi, desde o começo, contestado pela elite atrasada, que vivia no alvorecer da industrialização do País, mas conservava a mentalidade dos tempos da escravidão.
De lá para cá, é travada uma continuada disputa em torno do salário mínimo. Trabalhadores e setores progressistas pleiteiam a valorização, por entender sua eficácia na distribuição de renda. Já os conservadores defendem o arrocho do valor, alegando pressões inflacionárias, problemas para a Previdência etc.
Por isso, o mínimo vem oscilando. Em governos mais progressistas, seu valor sobe; governos mais conservadores baixam. Um avanço efetivo se deu em 2006, quando as Centrais e o então presidente Lula firmaram a fórmula de reajuste que soma o INPC anterior e o crescimento do PIB de dois anos antes.
Essa fórmula acelerou os ganhos do mínimo, que nos últimos anos acumulou dianteira de 72,3% sobre a inflação do período. O Dieese confirma esse aumento, ao constatar que em 1995 o mínimo comprava 1,02 cesta básica e hoje consegue comprar 2,21 cestas.
Ou seja, mais que dobrou o poder de compra dos gêneros alimentícios. Vale ressaltar que o aumento do mínimo ajuda a elevar também Pisos de várias categorias e influi na elevação dos Pisos estaduais.
O Brasil possui vários programas de inclusão social. O mais amplo é a política de valorização do salário do mínimo, porque impacta positivamente a vida de 48 milhões de pessoas, aquece os negócios e estimula o ciclo positivo da economia.
Portanto, é uma experiência vitoriosa, que faz bem às pessoas e ajuda o Brasil. E, sendo vitoriosa, não pode ser alterada ou prejudicada, como querem a elite conservadora, os especuladores, os consultores do rentismo e certas áreas do setor econômico no governo.
O movimento sindical está unido em defesa da atual política de reajuste do salário mínimo. Aqui em Guarulhos, faremos um ato unitário em defesa dessa conquista, que, com toda certeza, será também uma das bandeiras fortes da Marcha Unitária das Centrais, dia 9 de abril.
José Pereira dos Santos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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