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População de idosos se igualará a de jovens em 2030, diz IBGE

Segundo pesquisa, contingente com 65 anos ou mais de idade pulou de 4,01% para 6,67% entre 1980 e 2009

Jacqueline Farid, da Agência Estado

RIO – A participação dos idosos na população brasileira será quase igual à dos jovens em 2030, segundo mostra a pesquisa Tábuas de Mortalidade divulgada nesta terça-feira, 1, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 1980, as crianças de 0 a 14 anos correspondiam a 38,24% da população e, em 2009, elas representavam 26,04%. Já o contingente com 65 anos ou mais de idade pulou de 4,01% para 6,67% no mesmo período. Em 2050, o primeiro grupo representará 13,15%, ao passo que a população idosa ultrapassará os 22,71% da população total, segundo a pesquisa.

De acordo com a pesquisa, a idade mediana (exatamente a faixa do meio entre os 50% mais novos e os 50% mais velhos) da população também vem crescendo e deverá praticamente duplicar entre 1980 e 2035, ao passar de 20,20 anos para 39,90 anos, podendo alcançar os 46,20 anos, em 2050.

Segundo a pesquisa, outro indicador que mostra o processo de envelhecimento da população brasileira é o índice de envelhecimento (divisão do número de idosos pelo de crianças). Entre 2035 e 2040 a população idosa (65 anos ou mais) poderá alcançar um patamar 18% superior ao das crianças (0 a 14 anos) e, em 2050, esta relação poderá ser de 172,7 idosos para cada 100 crianças.

Os técnicos do IBGE comentam no documento de divulgação da pesquisa que “mantidas as tendências dos parâmetros demográficos implícitas na projeção da população do Brasil, o País percorrerá velozmente um caminho rumo a um perfil demográfico cada vez mais envelhecido, fenômeno que, sem sombra de dúvidas, implicará em adequações nas políticas sociais, particularmente aquelas voltadas para atender as crescentes demandas nas áreas da saúde, previdência e assistência social”.

Os técnicos do instituto destacam também que “é importante apontar” que, atualmente, a população com idade de ingresso no mercado de trabalho (15 a 24 anos) passa pelo máximo de 34 milhões de pessoas, cifra que deverá permanecer relativamente estável até 2020, quando então tenderá a diminuir.

Segundo alertam os técnicos, “o aproveitamento desta oportunidade demográfica proporcionaria o dinamismo e o crescimento econômico da nação, se este efetivo fosse preparado adequadamente tanto em termos educacionais quanto em relação à sua qualificação profissional para enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, não somente em nível nacional, mas também em escala global”.

O alerta dos técnicos prossegue: “Cabe alertar que esta oportunidade guarda estreita associação com o mercado de trabalho, já que este deve ter a capacidade de geração de emprego de forma a absorver um elevado contingente de pessoas em idade de trabalhar, ao mesmo tempo em que se retiram por aposentadoria um expressivo número de indivíduos, crescente a cada ano.”