Estadão Online
Número é mais do que toda a população da Áustria e da Irlanda juntas; em outubro, taxa ficou estável em 9,8%
Nathália Ferreira, da Agência Estado
LONDRES – A taxa de desemprego da zona do euro (grupo dos 16 países que adotam o euro como moeda) ficou estável em 9,8% em outubro, segundo dados da agência de estatísticas Eurostat, em linha com a previsão de economistas. A leitura de setembro foi revisada do dado original de 9,7%. A última vez em que a taxa de desemprego ficou maior foi em novembro de 1998, quando estava em 9,9%. A Eurostat informou que 134 mil pessoas perderam o emprego durante o mês, aumentando o total de desempregados na zona do euro para 15,57 milhões, mais do que toda a população da Áustria e da Irlanda combinadas.
Na União Europeia (16 países da zona do euro e mais 11 países) como um todo, 258 mil pessoas perderam o emprego em outubro, elevando o total de desempregados para 22,5 milhões, ou 9,3% da força de trabalho. A Eurostat disse que Letônia e Espanha tiveram as taxas mais elevadas na UE, de 20,9% e 19,3%, respectivamente. A Holanda teve a taxa mais baixa, de 3,7%. As informações são da Dow Jones.
Desemprego também assusta os EUA
Em outubro, a taxa de desemprego nos Estados Unidos subiu para 10,2%, atingindo o patamar mais alto em 26 anos, com perda de mais 190 mil postos de trabalho, segundo o Departamento do Trabalho. O salto para uma taxa de dois dígitos, frente aos 9,8% de setembro, é um aviso de que, apesar do aparente fim da Grande Recessão, a expansão econômica ainda precisa se traduzir em empregos, com dezenas de milhões de pessoas em dificuldades.
Entre novembro de 2008 e abril de 2009 – em meio ao grande temor que se seguiu ao colapso de grandes instituições financeiras, como Lehman Brothers -, a economia perdeu uma média de 645 mil postos de trabalho por mês.
Entre maio e julho, esse número caiu para uma média mensal de 357 mil. E, nos últimos três levantamentos, a perda média mensal de postos de trabalho dinimuiu para 188 mil. O número de trabalhadores temporários registrou um aumento de 44 mil em outubro, que se somou a ganhos já obtidos nos dois meses anteriores – sinal de que as empresas reduziram a produção ao máximo com a força de trabalho existente, mas sentiram necessidade de contratar mais pessoas.
Mas alguns analistas têm dúvidas quanto a se essas últimas tendências podem continuar sem que o governo libere um novo pacote de gastos. Apesar de a economia ter crescido a uma taxa anual de 3,5% entre julho e setembro, grande parte dessa atividade econômica foi estimulada por programas especiais para encorajar os consumidores a gastar, caso do programa “sucata por dinheiro”, que ofereceu incentivos em dinheiro para as pessoas que trocassem seus carros.
(com O Estado de S. Paulo)