Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

DA SUCURSAL DO RIO

Estimulado pela recuperação gradual da produção e pela aproximação do fim de ano, o emprego na indústria brasileira cresceu em setembro, pelo terceiro mês consecutivo. Segundo o IBGE, a alta ante agosto foi de 0,4%.

Para o economista André Macedo, analista da Pimes (Pesquisa Industrial Mensal Emprego e Salário), o resultado está atrelado ao ritmo mais intenso da atividade industrial – depois de desabar no último trimestre de 2008, a produção do setor está em alta há nove meses.

A expansão do pessoal ocupado nesses últimos três meses, porém, é de apenas 1%, bem abaixo das perdas de 7,3% registradas entre outubro de 2008 e junho de 2009.

De acordo com o IBGE, em setembro a ocupação no setor ainda era 6,5% inferior à verificada no mesmo mês de 2008. No acumulado do trimestre, essa diferença chegava a -7%.

Os segmentos de meios de transporte e de máquinas e equipamentos foram os mais afetados. São Paulo, Estado com maior peso na indústria brasileira, lidera as perdas, com queda de 4,8% no pessoal ocupado.

A pesquisa divulgada ontem pelo IBGE, porém, traz outro dado positivo: o aumento nas horas pagas pela indústria, de 1,1% em relação a agosto. O indicador tende a antecipar futuras contratações, já que, antes de elevar o quadro de funcionários, os empresários costumam aumentar os turnos de trabalho, pagando horas extras.

“Em setembro e outubro, a indústria sempre acaba contratando mão-de-obra para compor seus estoques para o fim de ano”, diz Fábio Romão, da LCA Consultores. (DENISE MENCHEN)