SÃO PAULO – Os trabalhadores da Ford e da Volkswagen de Taubaté entraram em greve ontem. Em nota, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região afirma que os funcionários recusaram a proposta defendida pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, afiliado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), e negociada na terça-feira com as empresas. Logo depois da negociação, a proposta foi rejeitada em assembleia.
Embora a Campanha Salarial na Volks e na Ford tenha terminado em 13 de setembro, as negociações foram retomadas ontem por pressão dos próprios trabalhadores. Eles sentiram-se prejudicados ao tomar conhecimento do acordo conquistado pelos metalúrgicos da General Motors de São José dos Campos e São Caetano do Sul, bastante superior ao negociado pela CUT, de 2% de aumento real e R$ 1.500 de abono. Os sindicatos desses locais são ligados, respectivamente, à Conlutas (formado por sindicatos dissidentes da CUT e ligados ao PSTU) e à Força Sindical.
Os trabalhadores da GM conseguiram reajuste de 8,3%, sendo 3,7% de aumento real e abono de R$ 1.950. Este foi o maior índice de aumento real conquistado pelos metalúrgicos da GM nos últimos quatro anos.
No ABC e em Taubaté, os trabalhadores da Volkswagen, Ford, Scania, Toyota e Mercedes-Benz são representados por sindicatos ligados à CUT. Essas montadoras haviam feito acordo por meio de negociações conduzidas pelo Sinfavea (sindicato das montadoras) e concederam inicialmente 6,53% de reajuste e abono de R$ 1.500.
Pressionado pela base, o Sindicato de Taubaté fechou um novo acordo ontem, de 1,66% de aumento real a ser aplicado apenas em outubro de 2010 e um abono de R$ 1.300 dividido em duas parcelas. Ao ser apresentada em assembleia, a proposta foi rejeitada e os trabalhadores decidiram entrar em greve por tempo indeterminado.
Trabalhadores da Volks e da Ford dizem que não aceitam percentual menor do que o fechado pela GM (8,3%).
PanoramaBrasil