Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

A 5ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF) decidiu, na tarde de ontem (15), por unanimidade, determinar a reabertura da ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal em São Paulo para que sete servidores públicos estaduais que participaram da “prisão ilícita, torturas, morte e da ocultação das reais causas da morte do operário Manoel Fiel Filho” sejam declarados civilmente responsáveis pelo caso. O assassinato ocorreu no Doi-Codi do II Exército, em São Paulo, em 17 de janeiro de 1976.

Foto: Claudio Omena

Homenagem – No 11º Congresso do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, realizado nos dias 17, 18 e 19 de junho, Fiel Filho foi homenageado. Sua viúva e duas filhas compareceram ao evento e receberam uma placa do Sindicato. Uma das deliberações do Congresso foi a de transformar a data do assassinato do operário – 17 de janeiro – no Dia do Delegado Sindical.

Fiel Filho era metalúrgico e trabalhava na empresa Metal Arte, na Mooca, Zona Leste paulistana. Ativista sindical e militante do PCB (Partido Comunista Brasileiro), ele foi retirado da fábrica por dois homens que se diziam funcionários da Prefeitura. No mesmo dia, foi torturado e assassinado. Os órgãos de segurança emitiram uma nota dizendo que Fiel Filho havia se enforcado em sua cela com as próprias meias. Como a decisão do TRF da 3ª Região atende pedidos da Procuradoria da República, é bastante provável que os assassinos sejam finalmente condenados.