João Guilherme Vargas Netto – consultor de entidades sindicais de trabalhadores
Em 1920 um grupo de fundidores metalúrgicos de uma empresa tradicional de Curitiba criou a organização de trabalhadores que viria a ser o embrião do sindicato dos metalúrgicos da Grande Curitiba, filiado à Força Sindical, cujos 105 anos (contados desde esse início até hoje), foram comemorados na segunda-feira, dia 03.
A vida do sindicato reproduz, em grande parte e em sua cronologia, a trajetória dos sindicatos do Brasil. Ele pode valorizar sua existência porque é um ancião cheio de vitalidade.
Constituído como sindicato sua renovação foi impetuosa e efetiva; eu me orgulho de, juntamente com Iracy Borges, Sergio Gomes e Marise Egger, ter ajudado neste cometimento sob a presidência do Chico Gorges e sua diretoria.
No final do século passado a base de trabalhadores metalúrgicos representada pelo sindicato (que já era grande e organizada graças à renovação empreendida) foi muito ampliada com a criação do polo automotivo do Paraná.
Pela primeira vez violou-se o lema juscelinista de que “quem fabrica, não monta; quem monta não fabrica”, em que se tratava da separação do fabrico de peças e da montagem de veículos em bases geográficas e sindicais diferentes, como havia acontecido em seu “dedazo” sobre São Bernardo que separou as montadoras dos fabricantes, concentrados na capital de São Paulo, repartindo os metalúrgicos em duas bases sindicais diferentes.
A Grande Curitiba adicionou em uma única base sindical as experiências dos metalúrgicos do ABC e da capital de São Paulo, em um sindicato mais forte, mais amplo e concentrado, cujo processo de renovação, de fortalecimento e de representatividade acelerou-se, fazendo dele, hoje, um dos mais importantes sindicatos do Brasil com uma direção experiente e unida sob o comando de Sergio Butka. Parabéns!