Os deputados que defendem o projeto que reduz a carga de trabalho para 40 horas semanais ganharam um cartaz, afixado na porta de seus gabinetes, com o seu nome e a frase “… apóia 40 horas semanais, sem redução salarial”.
Esse é o resultado da mobilização das centrais sindicais que desde a semana passada estão em vigília na Câmara pela aprovação da matéria ainda neste semestre.
Eles também conseguiram que a Câmara promovesse uma comissão geral na próxima terça-feira (18) para discutir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria do então deputado e hoje senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), que reduz de 44 horas para 40 horas a carga máxima de trabalho por semana.
O debate foi acertado durante reunião do presidente da Casa, deputado Michel Temer (PMDB-SP) com representantes das centrais CUT, Força Sindical, NCST, CTB, CGTB e UGT.
As centrais sindicais estiveram em audiência com várias lideranças parlamentares, a quem pediram apoio para a aprovação rápida da proposta. A intenção dos sindicalistas é garantir a votação da PEC na primeira ou na segunda semana de setembro.
As ações de mobilização das centrais devem se estender aos estados. Está previsto para a próxima sexta-feira (14) manifestações em todas as capitais pela aprovação da PEC.
Por unanimidade
A proposta foi aprovada por unanimidade pela comissão especial no final do semestre passado. A intenção agora é levá-la para votação no Plenário da Casa. A resistência dos representantes do empresariado, contrários à proposta, é esperada, mas existe uma expectativa de que o ano pré-eleitoral seja o momento mais oportuno para a votação da matéria.
O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que é também presidente da Força Sindical, defende a votação da matéria o mais rápido possível. Ele diz que é preciso que os parlamentares, ao votarem a proposta, mostrem se são a favor ou não da classe trabalhadora.
Os defensores da proposta também enfatizam que a redução da jornada de trabalho é uma medida de combate aos efeitos da crise econômica, porque gera mais postos de trabalho.
De Brasília
Márcia Xavier