Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Após ajustes, setor siderúrgico prevê 2º semestre melhor

Ana Paula Grabois, César Felício e Sérgio Bueno, do Rio, Belo Horizonte e Porto Alegre

  

O setor siderúrgico respondeu à crise com ajustes no quadro de pessoal ou em folha, com adoção de licença remunerada. Algumas delas preveem melhora no segundo semestre. Em Volta Redonda, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou a reabertura de 400 postos de trabalho diretos e de outros 800 indiretos devido à religação do segundo alto-forno desde o dia 18.

A empresa demitiu, entre novembro e março, cerca de 1.200 empregados que trabalhavam na usina Presidente Vargas, por causa da redução da demanda por produtos siderúrgicos. Na avaliação do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Renato Soares, a indústria da região mostra recuperação. “A queda no fim do ano passado foi muita rápida e agora estamos retomando a produção. A perspectiva é de melhora até o fim do ano.”

 

No Rio Grande do Sul, a Gerdau suspendeu em fevereiro os contratos de trabalho de 104 dos 1,1 mil funcionários da usina Riograndense, em Sapucaia do Sul, disse Valmir Lodi, diretor-executivo do sindicato dos metalúrgicos de São Leopoldo, que representa os trabalhadores da cidade vizinha.

Em nota, a empresa informou que a medida vai vigorar até o fim de julho e “permitiu a manutenção dos postos de trabalho e a adequação do quadro funcional da unidade à atual demanda do mercado de aço”. Durante a suspensão, os funcionários atingidos tiveram direito ao seguro-desemprego. O grupo complementou o salário-base, manteve os planos de saúde e promoveu cursos de qualificação.

 

A Vale está realizando demissões entre os 1,3 mil funcionários que estavam com o contrato de trabalho suspenso e voltaram aos postos de trabalho em 1º de junho. “Homologamos nos últimos dez dias 120 demissões. Para nós isso caracteriza um processo de demissão em massa”, disse o presidente do Sindicato Metabase de Itabira e Congonhas, Paulo Soares.

 

A Vale anunciou que fará entre 250 e 300 demissões de funcionários aposentados que continuavam na mineradora e de servidores já com direito à aposentadoria. A empresa disse que o total de demissões poderá exceder 300, dentro do rotatividade de pessoal esperada.

 

Em Minas, a apreensão continua no meio sindical de exploração mineral, mas há um clima de distensão nos demais setores. “Há uma retomada”, comentou o presidente da CUT em Minas Gerais, Marco Antonio de Jesus. Segundo ele, a decisão do governo de elevar as alíquotas para importação do aço, tomada depois de gestões dos sindicalistas e das grandes empresas do setor, foi determinante para que as demissões cessassem. “Esperamos agora a volta dos aumentos reais. As empresas que declararam prejuízo no primeiro trimestre devem retomar produção e têm gordura para queimar”, afirmou.