19 jun 2009
Notícias
Delegados sindicais aprovam plano de lutas da categoria metalúrgica
Terminou nesta sexta-feira, 19 de junho, o 11º Congresso dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes com a aprovação de um plano de lutas da categoria que inclui: garantia do emprego, aumento salarial, redução da jornada, sem redução dos salários; apoio à aprovação da Convenção 158 da OIT, que impede demissão imotivada e garante estabilidade ao delegado sindical, e redução dos juros.
Arakém, Miguel Torres, Elza Pereira e Luiz Carlos (do Sindipa e da CNTM)
O presidente do Sindicato, Miguel Torres, afirma: “este é o maior Congresso da história da categoria. Foram três dias de participação ativa dos delegados e delegadas sindicais que apresentaram propostas e deliberaram sobre os rumos da categoria metalúrgica”.
O Congresso reuniu 1.300 delegados de 500 empresas da base.
Foi instituído o Dia do Delegado Sindical, 17 de janeiro, data do assassinato do trabalhador metalúrgico Manoel Fiel Filho, que foi morto pelo DOI-Codi em 1976. O Sindicato também fez homenagem a Manoel Fiel Filho, com as presenças da viúva, Thereza Fiel, e de duas filhas e um neto.
Moções – O Congresso aprovou moção de apoio à luta dos estudantes e trabalhadores da USP e em defesa do diálogo permanente. Os delegados e delegadas sindicais também aprovaram moção em solidariedade à diretora Elza Pereira, em “apoio ao seu trabalho na diretoria do Sindicato e no Centro de Atendimento Biopsicossocial Meu Guri”.
Posse da Diretoria (mandato 2009/2013)
Prestígio
Diversas lideranças sindicais e políticas participaram da solenidade, entre elas: Paulo Pereira da Silva, Paulinho – Presidente da Força Sindical e Deputado Federal (PDT); Jorge Carlos de Morais (Arakém) – Secretário-Geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes; João Carlos Gonçalves (Juruna), Secretário-Geral da Força Sindical; Eunice Cabral – Presidente do Sindicato das Costureiras de São Paulo; Cláudio Camargo Crê (Magrão) – Presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo; Clementino Vieira – Presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos); Luiz Dulci – Ministro da Secretária-Geral da Presidência da República; Luiz Antônio de Medeiros – Secretário de Relações do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego; Gilberto Kassab – Prefeito Municipal de São Paulo; Michel Temer – Presidente da Câmara dos Deputados Federais; Guilherme Afif Domingues – Secretário do Emprego e Relações do Trabalho do Estado de São Paulo; Geraldo Alckmin – Secretário Estadual de Desenvolvimento do Estado de São Paulo; Brizola Neto, Deputado Federal (PDT); e Protógenes Queiroz.
CNTM presente:
Além de Clementino Vieira, pela CNTM, também prestigiaram o Congresso:
Francisco Dal Prá, Geraldino, Lacerda, Luiz Carlos Miranda, Carlos Albino, Mônica Veloso, Edison Venâncio, Santana, Jorginho de Osasco e Pedro Celso Rosa.
DECLARAÇÃO FINAL DO 11º CONGRESSO
O presidente Miguel Torres, no final do evento, leu a seguinte declaração aos delegados sindicais e demais participantes:
OS METALÚRGICOS DE SÃO PAULO E MOGI DAS CRUZES REALIZARAM UM GRANDE CONGRESSO!
“Os metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes realizaram mais um grande e representativo Congresso! Foram mais de 1.300 delegados e delegadas sindicais, de 500 empresas que, nos 3 dias de Congresso e nas diversas reuniões regionais preparatórias, debateram e deliberaram sobre todas as questões relacionadas à política, à organização, à assistência e aos serviços prestados pelo Sindicato.
Para além dos números, a pujança do 11º Congresso deve ser medida pela amplitude e importância dos temas abordados, pelo debate franco e fraternal possibilitado pelo ambiente democrático que permeou todo o evento e, acima de tudo, pela seriedade e combatividade que marcou a participação dos delegados, o que ratifica e renova a posição protagônica do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes junto ao movimento sindical brasileiro e internacional, à Força Sindical, à sociedade civil e ao mundo político e institucional.
A conjuntura econômica que marca o 11º Congresso é aquela do enfrentamento dos efeitos da crise financeira internacional na economia nacional. Desde o último trimestre de 2008, os metalúrgicos de São Paulo lançaram a palavra-de-ordem “os trabalhadores não vão pagar pela crise” e foram à luta em defesa dos empregos e dos salários, contra as demissões. Foram passeatas, greves e negociações, com os patrões e com o governo, que garantiram aumento real de salários e acordos para a manutenção dos postos de trabalho de milhares de trabalhadores. A unidade da categoria com o Sindicato foi fundamental para deixarmos para trás os momentos de incerteza. Junto com a Força Sindical e as demais centrais conquistamos a redução do IPI para os automóveis e para a chamada “linha branca”, medida cujo impacto foi positivo a toda economia. O desafio agora, com a recuperação econômica, é organizar uma grande campanha salarial unificada no 2º semestre, mobilizadora e unitária para, a partir das fábricas e dos delegados sindicais, conquistar melhores salários, melhores condições de trabalho, mais e melhores benefícios sociais e garantias de manutenção e ampliação dos empregos.
Para tanto e conforme discutimos neste 11º Congresso, precisamos melhorar o trabalho e a organização do Sindicato, seja ao nível dos diretores, assessores e empregados, seja ao nível dos delegados sindicais e dos associados, no interior das empresas. Precisamos fortalecer ainda mais o Sindicato, ampliar a sindicalização, melhorar a comunicação com os metalúrgicos, capacitar nossos quadros para melhor enfrentar a luta sindical e as negociações, aperfeiçoar nossa infraestrutura e voltá-la inteiramente para a organização e mobilização dos trabalhadores.
Precisamos, ainda, melhorar os serviços e a assistência prestada aos trabalhadores e aos associados. Recolhemos aqui muitas sugestões que serão colocadas em prática e, para tanto, contamos com a colaboração de todos, para avaliar nossos serviços, indicar deficiências e problemas, sugerir mudanças, aplaudir quando for justo e criticar quando necessário.
Neste Congresso discutimos e aprovamos uma extensa e necessária pauta e moções que serão encaminhadas pela nova diretoria do Sindicato que aqui tomará posse para um mandato de 4 anos. Elas serão nosso programa de lutas! Queremos reduzir a jornada de trabalho para 40 horas semanais para gerar milhões de novos empregos! Queremos manter a redução do IPI para os automóveis e a linha branca e estendê-la para outros produtos para reaquecer a economia e manter os empregos! Vamos à luta contra o fator previdenciário e o direito a uma aposentadoria justa e digna! Queremos a manutenção da política de valorização do salário mínimo e sua aprovação no Congresso Nacional! Lutamos contra a rotatividade da mão-de-obra e contra a demissão imotivada e em massa! Queremos uma nova lei para garantir a representação sindical nas empresas com estabilidade para os delegados sindicais! Queremos que o seguro desemprego seja ampliado para 10 parcelas para todos os demitidos! Queremos a retomada do programa de qualificação profissional pelo Ministério do Trabalho! Não aceitamos que dinheiro público do BNDES seja utilizado por empresas que não respeitam a lei trabalhista e para aquelas que promovem demissões imotivadas e em massa! Lutamos por mais saúde e por ambientes de trabalho seguros! Lutamos por atendimento decente ao trabalhador acidentado nos postos do INSS!
Companheiros,
Há muito tempo nosso Sindicato compreendeu que a luta sindical deve ter consequência na política e que os direitos dos trabalhadores devem ser consagrados nas negociações diretas com os patrões e também na Lei. É com orgulho que contamos com o mandato do nosso deputado federal Paulinho, referência dos trabalhadores no Congresso Nacional, presidente da Força Sindical. Nosso 11º Congresso também tratou destes e de outros temas políticos. Queremos que os trabalhadores tenham mais espaço nos parlamentos e nos governos e, por isso, vamos lutar para reeleger o companheiro Paulinho com uma votação consagradora! Queremos que outros dirigentes e ativistas sindicais ocupem cadeiras no próprio Congresso Nacional, na Assembléia Legislativa e nas Câmaras de Vereadores.
Vamos lutar para que o próximo Presidente da República assuma crescentes compromissos com uma pauta trabalhista como esta que discutimos aqui e garanta e amplie os espaços democráticos conquistados pelos trabalhadores nos últimos tempos, com os programas sociais, com o desenvolvimento nacional, com o crescimento econômico, com a distribuição da renda, com a soberania do país, com a defesa da Amazônia, com uma política ambiental sustentável, com mais democracia e participação popular.
Temos certeza que o 11º Congresso dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes contribuiu sobremaneira com todos estes objetivos.
– Viva o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes!
– Viva a Força Sindical!
– Viva a Solidariedade dos Trabalhadores do Brasil e do Mundo!
Palácio do Trabalhador, 19 de junho de 2009″
Fontes: Agência Sindical e Val Gomes, assessor de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
www.metalurgicos.org.br
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