Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Bosch demite 900 no PR e culpa queda na demanda global

 

Desde janeiro, fabricante de autopeças demitiu 300 metalúrgicos; sindicato vai pedir liminar ao TRT

 

DIMITRI DO VALLE

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

 

A direção da Bosch anunciou ontem demissão de 900 metalúrgicos e concessão de licença remunerada de dez dias para os demais 3.000 funcionários da unidade de Curitiba (PR). Desde janeiro, a fábrica já havia demitido cerca de 300 empregados, segundo o sindicato da categoria da Grande Curitiba.


Fabricante de sistemas de injeção de motores a diesel, a empresa disse, em nota oficial, que a decisão é reflexo da crise, que reduziu a demanda no mercado automotivo internacional, e que é necessária “para garantir a competitividade da fábrica de Curitiba em longo prazo”.


“Desde o último trimestre de 2008, a empresa vem registrando significativa queda no número de pedidos dos clientes para as tecnologias automotivas produzidas nesta fábrica [de Curitiba], quando comparado ao inicialmente planejado”, afirma o comunicado.


A Bosch também afirmou que, antes de demitir, tentou promover medidas que pudessem preservar empregos, como suspensão de novos investimentos e contenção de gastos.


Uma proposta de redução salarial, com a consequente queda na jornada de trabalho, também chegou a ser discutida com os funcionários, mas acabou rejeitada pela categoria.


O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Sérgio Butka, disse que vai ingressar com pedido de liminar no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), na próxima segunda-feira, para tentar reverter as demissões e que vai solicitar hoje a mediação do MPT (Ministério Público do Trabalho) para negociar uma eventual recontratação.


De acordo com Butka, as últimas informações oficiais repassadas pela empresa ao sindicato, entre maio e este mês, eram de que a empresa não estava com planos de demitir funcionários. “As demissões foram uma surpresa. A empresa radicalizou e não conversou com o sindicato”, afirmou.