No atual período que o País vivencia, de crise econômica, social e política, de desemprego e insegurança, de salários achatados, produção tímida e consumo inibido, juros ainda altos e crédito caro, de supressão de direitos trabalhistas e previdenciários, de educação precária e um sistema de saúde moribundo, de falta de moradias e de infraestrutura, de violência incontida e de tantas outras mazelas que penalizam a vida de todos os trabalhadores brasileiros, mais clara fica a importância de um sindicato atuante e representativo e de trabalhadores sindicalizados.
Apesar de não ser obrigatório, sindicalizar-se é um direito do trabalhador. São os sindicatos os legítimos representantes dos trabalhadores junto às empresas e ao governo na luta por reajustes salariais, pela manutenção e ampliação de direitos, por ambientes seguros de trabalho, pelo cumprimento das convenções ou acordos coletivos, e pelas demandas oriundas da relação capital e trabalho, sejam elas coletivas ou individuais.
São os sindicatos que mobilizam o conjunto dos trabalhadores de uma determinada empresa, de um determinado setor ou de toda uma categoria, expõem contrapospostas de acordos baseados nas informações de seus setores jurídicos, discutem com os representantes patronais e organizam paralisações quando se fizer necessário.
O desejo dos nossos dirigentes, em Brasília – com p total apoio do empresariado, diga-se de passagem –, em acabar com a contribuição sindical, a forma mais efetiva de sustentação do funcionamento de uma entidade sindical, é a de enfraquecer o movimento sindical como um todo, e as bandeiras por ele defendidas, deixando os trabalhadores à mercê da “rapinagem”patronal e com seu poder de defesa totalmente imobilizado e sem sincronia.
A única forma de seguirmos lutando e conquistando é tendo os trabalhadores do nosso lado, imbuídos de um mesmo ideal de luta e firmes para defender aquilo que é nosso: nossos empregos, nossos direitos, nossas conquistas e o sustento de nossas famílias. Os trabalhadores, sem um sindicato atuante ao seu lado, são presas fáceis para os maus patrões. Mas seguimos acreditando que este dia não chegará, pois nós, unidos, mobilizados e organizados, não permitiremos que tal fato aconteça.
Miguel Torres é presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e presidente interino da Força Sindical