Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Shows atraem mais de 1 milhão na festa da Força


 

Lula, que estava no Rio, cancelou o pronunciamento que seria transmitido para São Paulo por telão

 

Cleide Silva

 

No maior evento do País, o da Força Sindical, na Praça Campo de Bagatelle, na zona norte de São Paulo, o público de mais de 1 milhão de pessoas, segundo a Polícia Militar, estava mais interessado nos shows de artistas populares como padre Marcelo Rossi, KLB e Zezé Di Camargo e Luciano do que no ato político.

 

Cientes disso e com receio de vaias, os organizadores reservaram apenas 45 minutos para os discursos de sindicalistas e políticos, como o próprio presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, o deputado Ciro Gomes (PSB) e os senadores Eduardo Suplicy (PT) e Aldo Rebelo (PCdoB). Até o delegado afastado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, teve direito a pronunciamento.

 

Não houve críticas ao governo federal – como era de costume ocorrer em eventos passados. Alguns dos oradores pediram a redução dos juros e do spread bancário, enquanto Paulinho defendeu a criação de empregos e a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem corte de salários.

 

Realizada há 12 anos, a festa da Força costuma atrair milhares de pessoas com shows e sorteios. Este ano, participaram do evento – que começou às 7 horas e se estendeu além das 18 horas -, 30 artistas. Também foram sorteados 20 automóveis zero quilômetro.

 

PATROCÍNIO

 

O custo do megaevento, segundo a entidade, foi de R$ 2,3 milhões, dos quais R$ 300 mil vieram dos sindicatos filiados à central e R$ 2 milhões de patrocinadores como Bradesco, General Motors, Petrobrás, Caixa Econômica Federal, Ambev e Nestlé.

 

De acordo com o major Luiz Ernesto Roland, que comandou a operação da Polícia Militar na área, ao longo do dia passaram pela praça cerca de 1,5 milhão de pessoas. Segundo ele, somente três incidentes foram registrados, com três pessoas detidas, uma delas um fugitivo da Justiça. Ao todo, 112 pessoas foram atendidas nos postos médicos instalados no local.

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava no Rio de Janeiro, havia se comprometido em fazer um pronunciamento ao vivo, que seria transmitido por telões instalados no local.

 

Toda a infraestrutura para a transmissão foi providenciada. Paulinho chegou a anunciar o discurso, que começaria às 17 horas e duraria cinco minutos. Por volta das 18 horas, porém, veio a informação de que tinha sido cancelado, e ninguém soube explicar o motivo.